MBO avança na Cofina. Ronaldo vai ser acionista de referência do Correio da Manhã
Cristiano Ronaldo vai ser acionista de referência da Cofina Media com cerca de 30%, no âmbito do processo de MBO que está em curso. Grupo é detentor do Correio da Manhã e CMTV, entre outros meios.
Cristiano Ronaldo vai ser acionista de referência da Cofina Media, empresa que controla a CMTV, o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios, entre outros, no âmbito do processo de Management Buy Out (MBO) que está a ser liderado por Luís Santana e Octávio Ribeiro, revelou ao ECO uma fonte que acompanha as negociações. A proposta formal ainda não foi apresentada aos atuais acionistas da Cofina SGPS, aguarda-se ainda uma assembleia geral, mas está na fase final de conclusão. Já depois da publicação desta notícia em primeira mão, o administrador executivo da Cofina Media, Luís Santana, confirmou à Lusa que o Ronaldo será um dos investidores no MBO.
“Contar com Cristiano Ronaldo, o melhor futebolista de sempre, um atleta de exceção que partilha os valores da exigência, do rigor, do trabalho e da resiliência, como investidor é naturalmente um grande motivo de satisfação para a equipa que está a desenvolver o Management Buy Out da Cofina Media, que oportunamente será apresentado aos acionistas“, rematou o administrador executivo da Cofina Media.
O Jornal de Negócios também já publicou a reação de Cristiano Ronaldo. “O melhor jogador português de sempre está muito entusiasmado com a perspetiva de investir na comunicação social no seu país, num projeto líder, baseado na informação independente em que os portugueses se habituaram a confiar e a preferir“, disse fonte próxima do jogador ao título da Cofina.
Oficialmente, ninguém faz comentários sobre a operação, que está em preparação há meses. Luís Santana, atual gestor da Cofina, e o antigo diretor do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro, estão a preparar uma operação de MBO e em contactos com potenciais investidores para o financiamento da operação. E segundo a mesma fonte, já há um acordo com o futebolista e empresário, hoje a jogar na Arábia Saudita, no Al-Nassr. Os termos do acordo ainda não são conhecidos em detalhe, mas de acordo com uma outra fonte, os acionistas de referência da Cofina SGPS, a holding que controla a 100% a Cofina Media, também vão manter-se no capital, embora com posições mais baixas, além dos gestores e de Ronaldo. Tudo aponta para participações da ordem dos 30% de cada um dos três grupos, apurou o ECO. O valor do negócio deve rondar os 70 milhões de euros, um valor de referência para o um acordo que esteve em cima da mesa com a Media Capital. Esta sexta-feira, de resto, Mário Leite Silva deu uma entrevista por escrito ao Jornal Económico e, em nome da sociedade de Domingos Matos, garantiu que a Livrefluxo não tem razões para desinvestir da Cofina depois do MBO.
A Cofina SGPS, recorde-se, teve um resultado líquido de 10,451 milhões de euros, um EBITDA operacional de 13,6 milhões de euros e um EBITDA de 8,9 milhões de euros.
Nas últimas semanas, apurou o ECO, decorreram negociações a três níveis: Por um lado, com os atuais acionistas da Cofina (Paulo Fernandes, João Borges de Oliveira e Domingos Matos, entre outros), por outro com potenciais investidores para apoiarem o MBO a comprar a Cofina Media e, finalmente, com os bancos que têm hoje dívida da Cofina. Com avanços e recuos — Jorge Mendes chegou a ser uma possibilidade, os bancos exigem garantias para manterem o financiamento com a mudança de controlo –, Luís Santana, Octávio Ribeiro e a atual administradora financeira, Ana Dias, já terão conseguido estabilizar a futura estrutura acionista. Chegou a ser apontada a possibilidade de participação da Capital de Risco Horizon, de Sérgio Monteiro, através de uma sociedade que levantou fundos do Banco de Fomento, mas essa possibilidade terá caído.
O universo de participações empresariais de Ronaldo é alargado. Deu o seu nome para um projeto comum com o grupo Pestana, por exemplo, além de ter registado a marca CR7 para diversos tipos de bens e serviços. A entrada nos media é, ainda assim, surpreendente, e vai ser acionista de um grupo e de um jornal no qual está muitas vezes na primeira página.
Outro dos momentos tensos entre Cristiano Ronaldo e a CMTV ocorreu em 2016, quando o jogador, confrontado por um jornalista, agarrou o microfone da televisão e atirou-o para um lago.
(Notícia atualizada às 16h50 com a reação de Ronaldo)
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