Rummenigge, ex-presidente do Bayern de Munique: “Se existisse a Superliga, a Serie A italiana tornaria-se a Serie B e a Bundesliga a Segunda Divisão”

  • Servimedia
  • 20 Dezembro 2023

Outros ex-jogadores, como o jogador do Barcelona Gerard Piqué, consideram esse projeto uma "liga fechada" e acreditam que "destruiria o futebol como o conhecemos".

Diferentes presidentes de clubes espanhóis rejeitam a Superliga, como Fernando Roig, presidente do Villareal CF, que opina que “se acontecer, equipas como o Villarreal ou o próprio Girona, que atualmente está vivendo um bom momento, não poderão crescer”.

Numa entrevista concedida ao prestigioso meio de comunicação italiano ‘La Gazzetta dello Sport’, o ex-jogador internacional alemão e ex-presidente do Bayern de Munique, Kalle Rummenigge, afirmou que, se existisse a Superliga, “a Serie A italiana se tornaria a Serie B e a Bundesliga a Segunda Divisão”, e acrescentou que isso faria com que os campeonatos se tornassem “pobres”.

Nesse contexto, Rummenigge enfatiza que o plano da Superliga é uma fachada, já que na verdade “seu objetivo é incluir árabes e americanos para jogar um torneio internacional. Perder suas raízes”. Além disso, destaca que todas as propostas lançadas pela A22 Sports Management foram censuradas por diferentes entidades e aposta na nova Liga dos Campeões: “Todas foram rejeitadas culturalmente, desportivamente e economicamente. A UEFA oferece o melhor torneio possível, a nova Liga dos Campeões com 36 equipas será ainda mais espetacular e aberta. Os mesmos sempre têm que vencer? No futebol, não, no futebol está o impensável, a emoção. Não as matemáticas. Ninguém na Alemanha iria para a Superliga, haveria uma revolução dos adeptos”.

Rummenigge também critica a Superliga por não premiar o mérito e valorizar as competições de futebol atuais: “Aqui prevalece o mérito. Se você é bom, vence. Lá, você compra o seu lugar na liga porque é rico e vence, mesmo sem ganhar. Isso não é para nós”.

Além disso, pede o envolvimento da política para frear projetos que quebrariam o ecossistema do futebol atual: “O futebol é um fenómeno central da vida social. Milhões de pessoas vão ao estádio nos fins de semana. Temos que proteger o futebol e a política precisa ajudar”.

PIQUÉ

Nas últimas semanas, uma das vozes mais críticas em relação à Superliga tem sido a do ex-jogador do Barcelona, Gerard Piqué, que concorda com a visão de Rummenigge. Na sua opinião, é contra a Superliga porque é “uma liga fechada e marcas como Aston Villa, West Ham, Sevilla, Betis ou Roma ficariam de fora”.

Nesse sentido, Piqué considera que “todos os clubes que não fossem capazes de entrar na Superliga, de repente, perderiam seu valor, e você perderia um grande número de torcedores dessas equipas, passando a competir apenas em ligas nacionais contra equipas menores, e, no final, essas competições deixariam de existir”. Além disso, destaca que “a Superliga se tornaria a grande competição, com esses clubes que gerariam muito mais receita e teriam muito mais valor, e é isso que esses fundos de investimento que são proprietários do Manchester United, Liverpool ou Manchester City querem, destruindo assim o futebol como o conhecemos”.

PRESIDENTES DA LALIGA

Desde o lançamento do projeto que promete romper com o ecossistema europeu do futebol, os presidentes dos clubes da LaLiga têm-se posicionado contra a Superliga. Fernando Roig, presidente do Villareal CF, declarou ontem que “se for feita (a Superliga), equipas como Villarreal ou Girona, que estão vivendo um bom momento, não poderão crescer”.

Por sua vez, em declarações anteriores, dirigentes como Ángel Haro, presidente do Real Betis, afirmou que a Superliga pretende “tirar valor agregado da LaLiga”. O presidente do Sevilla CF também afirmou que “não é o espírito do futebol, não é o espírito de superação, não é o espírito da meritocracia”.

Luis Sabalza, presidente do Osasuna, argumentou que “a Superliga europeia não é um projeto ambicioso, mas um projeto egoísta”. Por sua vez, Jokin Aperribay, presidente da Real Sociedad, questionou a contribuição da Superliga, visto que é “uma competição em que equipas são excluídas e que enfraquece os campeonatos” e, na sua opinião, para aceder a competições europeias, “o melhor é conquistá-las em campo na temporada anterior”. Outros clubes, como no caso do Athletic Club, através de seu presidente Jon Uriarte, “mostram-se contrários à sua criação”.

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