Portugueses entre os que mais sentiram qualidade de vida cair na UE nos últimos cinco anos

Depois de uma pandemia, Do início de uma guerra na Ucrânia e de uma crise inflacionista, a maioria dos portugueses admite que a sua qualidade de vida evoluiu de forma negativa nos últimos cinco anos. Na verdade, de acordo com o Eurobarómetro divulgado esta quarta-feira, Portugal é um dos nove países da União Europeia que assistiu a uma quebra do nível de vida pessoal, com a maioria dos inquiridos admitir dificuldades em pagar as contas.

O mais recente Eurobarómetro, divulgado 50 dias antes das eleições europeias, auscultou 26.411 cidadãos dos 27 Estados-membros e 1.032 a nível nacional. Os dados revelam que 56% dos inquiridos portugueses sentiu uma evolução negativa da qualidade de vida desde as últimas eleições europeias, em 2019, um valor que fica muito acima da média europeia (45%). Em sentido contrário, cerca de 49% dos inquiridos em Portugal diz não ter sentido alterações enquanto 6% afirmam que a qualidade de vida aumentou nos últimos cinco anos.

Apesar de superar a média europeia, Portugal fica, no entanto, atrás de países com a Grécia (74%), França (69%), Chipre (63%) e Espanha (58%) onde os impactos negativos das crises foram piores na qualidade de vida dos cidadãos.

O Eurobarómetro de primavera realizado para o Parlamento Europeu, revela ainda que 44% dos inquiridos admitiu ter sentido “de vez em quando” dificuldades em pagar as contas, enquanto 19% diz que isso aconteceu “a maioria das vezes” nos últimos cinco anos.

As prespetivas de melhoria em relação aos anos seguintes não são as melhores. O Eurobarómetro indica que 41% dos portugueses acredita que nos próximos cinco anos a qualidade de vida vai continuar a piorar — valor que fica acima da média europeia (32%) — e 38% não antecipa qualquer alteração aos seus níveis de vida, durante a próxima legislatura europeia. Só 13% dos portugueses admite uma melhoria.

Quanto às expectativas de melhoria do estado da economia em Portugal, 33% dos portugueses antecipa uma evolução negativa enquanto 35% não prevê que haja qualquer alteração. Só 23% vislumbra uma melhoria da economia nacional nos próximos cinco anos.

As eleições ao Parlamento Europeu chamam às urnas cerca de 400 milhões de eleitores, entre os dias 6 e 9 de junho para elegerem 720 deputados europeus. Por cá, o processo decorre no dia 9 de junho, tendo os eleitores portugueses a capacidade de eleger 21 deputados.

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