“Estamos em condições de travar qualquer combate”, diz a CNN. Nova grelha estreia dia 3 de junho
A nova grelha surge pouco depois da apresentação do News Now, novo canal de informação da Medialivre (ex-Cofina), que é lançado no dia 17 de junho.
“Factos, análise, liberdade, sentido de oportunidade, rapidez na ação e coragem. São requisitos fundamentais para o nosso trabalho e continuaremos a apostar forte em tudo o que foi feito e arriscando na inovação“, afirmou José Eduardo Moniz no evento da CNN onde foi apresentada, ao fim da tarde desta quarta-feira, uma grelha de televisão renovada.
Sobre a coragem, o diretor-geral da TVI disse que esta era necessária para enfrentar novos desafios, mas também “para enfrentar quem cá está e quem se anuncia“. “Estamos em condições de travar qualquer combate, com o mesmo espírito de sempre: o de servir os espectadores com independência e rapidez“, acrescentou.
As novidades da CNN, que entram em vigor a partir de 3 de junho, surgem pouco depois da apresentação do News Now, novo canal de informação da Medialivre (ex-Cofina), que é lançado no próximo dia 17 de junho.
Questionado à margem do evento pelo +M, José Eduardo Moniz garantiu que esta renovação “não tem especificamente a ver com ninguém”. “Nós pensamos em nós antes de pensarmos nos outros. E confiamos nas nossas capacidades. O que nós estamos aqui a anunciar e a mostrar foi o que fizemos ao longo destes dois anos e meio e aquilo que tencionamos fazer para prosseguir o caminho que havíamos definido“, afirmou.
“Estamos sempre prontos a enfrentar qualquer desafio, seja de que natureza for, envolvendo quem cá está ou quem se anuncia que quer estar no mercado. Sempre foi assim na CNN nestes dois anos e meio, quer na TVI desde sempre“, concluiu.
Já Nuno Santos, diretor da CNN Portugal, diz encarar a chegada deste novo canal “com a expectativa, curiosidade e atenção que todos os players nos merecem“.
“Não falo por antecipação. Mas no nosso caso, estamos prontos. Quando chegámos há dois anos e meio, dissemos ao que vínhamos, ocupámos o nosso espaço, fizemos o nosso trabalho. E portanto, não olhamos para quem chega de soslaio, olhamos com a atenção que todos os players nos merecem“, reforça.
A escolha desta altura para apresentar as novidades surge tendo em conta que “este ano temos um verão bastante distinto daquilo que foram outros verões”, explicou Nuno Santos ao +M, à margem do evento.
“Estamos à entrada de um verão que em termos informativos vai ser muito intenso, desde logo porque vamos ter um Campeonato Europeu de Futebol, vamos ter Jogos Olímpicos, as eleições europeias, vamos ter eleições no Reino Unido, portanto é um verão atípico do ponto de vista informativo, e nós alinhámos um conjunto de mudanças justamente para esta altura”, explicou.
Numa apresentação feita no evento em formato vídeo, Pedro Santos Guerreiro, diretor executivo da CNN Portugal, assegurou que os dois anos e meio de existência do canal “têm sido uma bela aventura”, com uma “grande fluidez entre o digital e a televisão“. Segue-se a intensificação desta relação, mas também novas rubricas, formatos, utilização e IA no apoio ao jornalismo. “O que prometemos é mais e melhor“, concluiu.
No mesmo vídeo, Nuno Santos afirmou que com esta renovação e novidades, a CNN vai ser “mais dinâmica, com mais informação gráfica, com maior diversidade de temas e com mais análise”.
Entre as novidades encontram-se um conjunto de novos programas ao final de semana, um novo jornal às 19h (horário mais importante, segundo Nuno Santos) e que se prolonga depois pelo prime time, bem como um novo programa ao sábado mais virado para a atualidade internacional e novos conteúdos “daquilo que chamamos soft news, que no fundo são programas que estão ligados ao lazer e tempos livres”.
O canal criou também um novo programa das 9h às 10h da manhã, o “CNN Top Story”. “É um programa onde vamos lançar os conteúdos do dia, onde vamos lançar o dia informativo. E vamos fazê-lo a partir do nosso novo estúdio do Porto, com uma equipa que trabalha a Norte”, adiantou Nuno Santos.
“Ao mesmo tempo desafiámos as nossas equipas de pivôs para no fundo serem colocadas perante novos desafios. Ou seja, ao fim de dois anos e meio, achámos que está na altura de olhar para as forças que temos em presença e trocá-las de horário, e portanto tirar o melhor de cada um, porque também achamos que ao fim de dois anos e meio as pessoas precisam de novos estímulos e novos desafios e de passarmos essa mensagem de força e de mudança para o espectador”, acrescenta.
Nos espaços de análise e comentário, o canal desta o regresso de Nuno Morais Sarmento e as estreias de José Luís Carneiro. Em modelo frente-a-frente vai-se assistir a confrontos entre João Galamba e Carlos Guimarães Pinto.
Mafalda Anjos e Rui Calafate são os responsáveis por inaugurar um novo espaço de análise, às segundas-feiras (19h), chamado “Sem Agenda”. Já aos fins de semana, André Carvalho Ramos passa a apresentar “CNN em Foco”. Naquele que pretende ser uma “espécie de termómetro global”, a CNN vai também avançar com o programa “G7”, com Pedro Bello Moraes.
“Todas as semanas teremos o comentário e análise à situação política de Pedro Costa e Francisco Rodrigues dos Santos”, refere ainda a CNN em comunicado.
Estas mudanças “são as mais visíveis e percetíveis para as pessoas, mas isso também é acompanhado por uma coisa que não é tão percetível mas que é uma dinâmica interna, de alteração e de mudança nas equipas de edição”, referiu o diretor-geral da CNN.
“Um canal de notícias é mais fácil de definir e de trabalhar do que um canal generalista”, disse o também diretor de informação da TVI. “Um canal de notícias é sempre um canal de notícias e a sua matriz é fazer notícias 24 horas, e isso era assim na abertura da CNN e é assim hoje. Essa matriz não se altera, é estar em direto, de forma dinâmica, em todo o lado, ao mesmo tempo“, acrescentou.
“Ao mesmo tempo temos de ter a capacidade de nos renovar, de surpreender o espectador, de apreender as novas ferramentas tecnológicas que estão sempre a entrar na indústria, de incorporar novos valores no jornalismo e de sermos capazes de, sendo iguais, sermos diferentes”, disse ainda Nuno Santos.
Recorde-se também que em 2022 a CNN perdeu dois milhões de euros, segundo a revelação feita por Pedro Morais Leitão, CEO do grupo Media Capital, no congresso da APDC do ano passado.
Questionado pelo +M sobre esta questão e se o canal de notícias da Media Capital já era rentável, Nuno Santos disse que a CNN “é um projeto que foi pensado desde o primeiro dia, no enquadramento geral daquilo que é a Media Capital, e portanto deve ser pensado e incorporado naquilo que é a nossa oferta informativa entre a CNN, a TVI e as outras marcas do grupo. É preciso olhar para a CNN no conjunto da informação que nós produzimos no grupo“. “Isto é, teríamos um jornalista na Ucrânia, se não tivéssemos a operação conjunta entre a TVI e CNN? A resposta é não. Uma realidade não existe sem a outra”, acrescentou.
Em outubro passado, a SIC Notícias também passou por uma “transformação”, para entrar numa “nova fase da informação”, apresentando um novo grafismo, site, app e grelha informativa.
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