PC chinês reúne-se para definir orientação para próxima década
Partido comunista chinês vai reunir de 15 a 18 de julho o órgão dirigente composto por líderes do governo, exército e de nível provincial.
A elite do Partido Comunista Chinês reúne-se entre 15 e 18 de julho para definir a orientação económica do país na próxima década, incluindo política industrial e fiscal, num encontro que desde 1978 ditou reformas significativas no país. O terceiro plenário reúne em Pequim os 376 membros permanentes e rotativos do Comité Central do Partido Comunista, órgão dirigente composto por líderes do governo, exército e de nível provincial. Poderão também ser convidados representantes académicos e outros membros do congresso do partido.
A reunião, tal como as conferências mais importantes do partido e do Estado, realiza-se habitualmente no Hotel Jingxi, na zona oeste de Pequim. O complexo é de confiança pela sua segurança, uma vez que é diretamente gerido pela Comissão Militar Central. O resultado da conferência é normalmente anunciado num comunicado divulgado pela imprensa estatal, com pormenores a serem publicados mais tarde.
Os observadores estão atentos para perceber se o partido vai desviar-se da doutrina desenvolvida no terceiro plenário de 2013, quando prometeu deixar o mercado desempenhar um “papel decisivo” na afetação de recursos. Nos últimos anos, uma campanha regulatória contra as gigantes tecnológicas e apelos à “prosperidade comum”, visando penalizar grandes acumulações de capital, abalaram a confiança do setor privado.
São também esperadas medidas destinadas a resolver alguns dos problemas económicos da China, incluindo os altos níveis de endividamento dos governos locais e a crise no setor imobiliário.
"O Partido Comunista da China realiza um congresso de cinco em cinco anos para, entre outras funções, formar o novo Comité Central, que se reúne em sete plenários ao longo do mandato de cinco anos. O grupo inclui o Politburo, o órgão máximo de decisão do partido. E o terceiro plenário tem historicamente sido crucial para definir grandes reformas económicas e políticas.”
O Partido Comunista da China realiza um congresso de cinco em cinco anos para, entre outras funções, formar o novo Comité Central, que se reúne em sete plenários ao longo do mandato de cinco anos. O grupo inclui o Politburo, o órgão máximo de decisão do partido. E o terceiro plenário tem historicamente sido crucial para definir grandes reformas económicas e políticas.
Habitualmente, esta reunião é convocada cerca de um ano após a seleção da nova formação do congresso. Esta edição realiza-se, no entanto, quase dois anos após a realização do 20º Congresso.
O terceiro plenário de 1978 marcou o início da política de “Reforma e Abertura”, que ditou a abertura da China à economia de mercado e o fim da ortodoxia comunista. Permitiu, entre outras decisões fundamentais, que as empresas estrangeiras operassem no país.
O terceiro plenário de 1993, realizado pelo 14º Comité Central, solidificou a transição da China para uma “economia socialista de mercado” e ditou o encerramento de muitas empresas estatais deficitárias, a criação de um sistema de segurança social e a redução da intervenção direta do governo na economia.
A reunião do 18.º Comité Central, realizada em novembro de 2013 – um ano após a tomada de posse do atual Presidente chinês, Xi Jinping, – prometeu deixar o mercado desempenhar um papel decisivo na alocação de recursos e apresentou dezenas de medidas nesse sentido.
No topo da lista de prioridades dos investidores está a reforma fiscal. Numa reunião económica realizada em dezembro, os principais dirigentes afirmaram que estavam a ponderar uma “nova ronda de reformas fiscais e tributárias”, o que suscitou a esperança de que pudessem ser revelados mais pormenores na terceira reunião plenária.
A divisão das responsabilidades em matéria de despesas entre a administração central e local poderá ser reestruturada, com Pequim a assumir mais despesas para impulsionar o crescimento económico, enquanto as regiões se debatem com riscos crescentes de endividamento e com a diminuição das receitas provenientes da venda de terrenos.
Alguns economistas esperam uma revisão do imposto sobre o consumo para alargar as fontes de rendimento das autoridades locais, bem como novas reformas do imposto sobre o valor acrescentado – a maior fonte de receitas fiscais na China.
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