Rádio Observador chega a Leiria. “Queremos claramente liderar dentro da informação”, aponta Rudolf Gruner
"O primeiro passo é ultrapassar a TSF. Depois, pouco a pouco, queremos 'roubar' ouvintes às rádios de música", afirma em conversa com o +M Rudolf Gruner, diretor-geral do Observador.
As cidades de Alcobaça, Caldas da Rainha, Leiria, Marinha Grande, Peniche e Pombal já têm acesso à Rádio Observador em FM. “É uma faixa importante do território que a rádio ambicionava pela sua densidade populacional e pela vitalidade destas cidades do centro litoral do país“, diz o Observador, que alcança assim, em 94.0 FM, um público potencial de 467 mil pessoas do distrito de Leiria.
A chegada a Leiria dá-se através de um acordo de associação à com a EDR – Empresa de Difusão de Rádio, dona da Rádio 94 FM, que passa assim de generalista a temática, dando origem à Rádio Observador Leiria. A EDR junta-se então à Rádio Baía (Seixal), RFA (Vila do Conde), Baobad (Aveiro), Rádio Mais (Lisboa), Rádio Maior (Santarém), que já transmitiam em associação à Rádio Observador.
“É uma frequência muito importante. Permite finalmente fechar o eixo Lisboa-Porto, já é possível percorrer a A1 e A8 sempre a ouvir, em FM, a Rádio Observador”, comenta com o +M Rudolf Gruner, diretor-geral da empresa.
O objetivo é continuar a crescer. “Vamos continuar a expandir a cobertura, enquanto fizer sentido”, garante Gruner. “Um dia, a esmagadora maioria das pessoas ouvirá rádio no telemóvel, no digital, e o FM já não será tão relevante. Mas, neste momento, ainda é“, acrescenta. Assim, avança, “continuaremos à procura de novas oportunidades”.
Com este acordo, o sexto, fica completo o número máximo de transmissão em associação previsto na Lei da Rádio. Restam, para continuar a aumentar o alcance territorial, as parcerias com estações locais, mas aí com a obrigatoriedade de oito horas de emissão local, lembra o responsável. Entretanto, já este ano a Observador On Time, dona do Observador, comprou a Emissora das Beiras, no concelho de Tondela.
A coincidir com a nova frequência e também com o quinto aniversário, a Rádio Observador alcançou na última vaga do Bareme Rádio o seu melhor resultado de sempre, ficando a 1 ponto percentual da TSF. “Em Lisboa também bateu um novo recorde com 4,5%, à frente da Antena 1 (3,8%) e a apenas uma décima da TSF (4,6%)”, pormenoriza a estação. “Na escuta online”, que não é refletida no estudo, “na última semana, a rádio chegou a 180.000 ouvintes, ficando à frente da Cidade FM (162.000), Antena 1 (161.000) e TSF (146.000)”, acrescenta o Observador.
Rudolf Gruner acredita que os resultados do Bareme Rádio têm a ver com a expansão da cobertura territorial e, em simultâneo, com a metodologia do estudo. O estudo, realizado através de 6.006 entrevistas, “é top of mind, não é consumo real”, pelo que “favorece muito os incumbentes”, defende, reconhecendo que também “leva tempo”. “A mudança de hábitos demora. Leva tempo até entrarmos nos hábitos das pessoas e sermos nós a referência. Mas, ao fim de cinco anos, começa a jogar a nosso favor. Começamos a estar no top of mind“, diz.
“Quando começámos, há cinco anos, diziam-nos que em Portugal a rádio de palavra não funcionava. Recusámos essa condição à partida, sempre defendemos que se houvesse um bom produto as pessoas iam querer ouvir”, recorda Gruner, que aponta claramente à liderança do segmento. “No seu conjunto, os produtos de informação têm vindo a ganhar quota. Nós queremos claramente liderar dentro do segmento. O primeiro passo é ultrapassar a TSF. Depois, pouco a pouco, queremos ‘roubar’ ouvintes às rádios de música“, afirma em conversa com o +M.
Gruner defende também alterações no estudo que mede as audiências, de modo a que reflita o consumo digital. “Em 2019 tivemos algum desconforto com o estudo, mas explicaram-nos que em 80% do mundo era assim que funcionava. Hoje, mais de metade dos países da Europa tem estudos híbridos, que misturam entrevistas com medição digital direta”, aponta. “É uma questão de tempo, assim haja vontade”, acrescenta.
“Tudo se resolve. A expectativa é que no curto prazo a medição reflita as audiências áudio e não apenas da rádio”, antecipa. “Precisamos muito que aconteça, vai ser um grande dinamizador do meio”, acredita Rudolf Gruner.
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