Compra da participação da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa aguarda saída do WOF
O acordo de princípio já terá sido alcançado, por um valor ligeiramente inferior aos 2,6 euros por ação previsto em novembro, mas a sua formalização só terá lugar quando o WOF sair do capital da GM.
O Governo estará a aguardar que o World Opportunity Fund (WOF) saia da Páginas Civilizadas, e por esta via do Global Media Group, para efetivar a compra das participações de 22,35% e de 23,36% destas duas empresas na Lusa.
O acordo de princípio já terá sido alcançado, por um valor ligeiramente abaixo dos 2,6 euros por ação previsto em novembro – o que somaria cerca de 2,53 milhões –, mas a sua formalização só terá lugar quando o fundo que ainda detém 51% do capital social da Páginas Civilizadas, que por esta via detém uma participação indireta de 25,63% no grupo ainda dono do Jornal de Notícias e da TSF, sair ou capital da empresa.
A compra da participação do WOF, que permitirá a Marco Galinha voltar a controlar a totalidade do capital da Páginas Civilizadas, estará por sua vez dependente da concretização da venda da TSF, do Jornal de Notícia e do Jogo, o que, tal como o +M avançou no final de junho, está prevista para a próxima semana.
As três operações podem dar-se quase em simultâneo, apontam as fontes ouvidas pelo +M, pelo que o Estado estará em vias de reforçar a sua presença na agência de notícias da qual já é, recorde-se, o acionista maioritário, com 50,15%.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, tinha avançado, há cerca de um mês, que considerava a compra das ações da Lusa detidas pela Global Media Group (GMG) “uma prioridade absoluta”, mas alertava que o Estado “não pode pagar mais do que o preço justo”.
As declarações do ministro eram então citadas num comunicado do Sindicato de Jornalistas, que reuniu com o governante numa audiência pedida a propósito dos atrasos nos pagamentos aos trabalhadores a recibos verdes do GMG.
Também na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito da audição regimental, Peddro Duarte afirmou que o Estado deve ser “inequivocamente maioritário” na estrutura acionista da agência de notícias.
O governante elencou alguns princípios, destacando o primeiro: “Queremos uma Lusa em que o Estado seja inequivocamente majoritário no seu capital”. O ministro salientou que não há mais nenhuma agência de notícias em Portugal e “aí o Estado tem de estar”, trata-se do “último reduto” perante as ameaças que hoje existem em termos de desinformação, informações que não são corretas e rigorosas.
O Executivo avança assim com a solução também defendida quando a pasta da comunicação social estava entregue a Pedro Adão e Silva, no governo PS, e que caiu à última hora por não ter o acordo do maior partido da oposição.
“O PSD confirma que tem sido informado das negociações em curso, mas não deu qualquer concordância ao negócio. De resto, entende que face à sensibilidade da matéria deveria ser decida pelo próximo Governo”, afirmava na altura fonte do PSD ao +M/ECO, horas antes de o Governo anunciar que o sem um “compromisso político alargado” para a compra das participações de 45,7% na Lusa, deixavam de estar “reunidas as condições para concluir a operação”.
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