DBRS mantém rating de Portugal mas melhora perspetiva para “positiva”

Agência canadiana melhorou o outlook da dívida soberana para "positivo". DBRS espera que a redução da dívida continue nos próximos anos, ainda que a um "ritmo mais lento" com o Governo de Montenegro.

A DBRS Morningstar manteve a notação da dívida soberana portuguesa no nível ‘A’, mas melhorou outlook (perspetiva) para “positivo”, de acordo com um comunicado divulgado esta sexta-feira. A agência canadiana mantém desta forma o rating decidido em janeiro, mas já mostra sinais de que poderá melhorar a notação do país na próxima avaliação.

Na nota a justificar a decisão, a DBRS considera que “as vulnerabilidades de crédito de Portugal continuam a diminuir, impulsionadas pela rápida queda do rácio da dívida pública” e assinalam uma “melhoria sustentada das contas externas”, sublinhando que a dívida pública de Portugal diminuiu de 112,4% do PIB em 2022 para 99,1% em 2023, ano em que Fernando Medina era ainda ministro das Finanças. “Trata-se do mais baixo nível desde 2009 e é 17,5 pontos percentuais inferior a 2019”, lê-se na nota. Esse resultado fez com que Portugal fosse um dos poucos países da zona euro a registar um excedente orçamental em 2023.

A expectativa da agência é de que a dívida continue numa trajetória de redução nos próximos anos, “embora a um ritmo mais lento”, impulsionado por “excedentes primários consideráveis” e um “crescimento moderado do PIB nominal”. A DBRS sublinha que as obrigações de Portugal têm spreads mais baixos que Espanha – e mais recentemente que França – face às obrigações alemãs, o que os mercados têm a “perceção” que a qualidade de crédito da dívida soberana portuguesa “melhorou”.

Assim, depois do ‘brilharete’ de Medina nas contas públicas, em 2023, a expectativa da DBRS é de que o Governo de Luís Montenegro “continue empenhado em apresentar pequenos excedentes orçamentais”, ainda que reconheça que uma posição minoritária do executivo Parlamento “complique a sua capacidade de legislar” e ameace a “estabilidade”.

Além disso, reitera que mesmo que “nenhum Orçamento do Estado seja aprovado e o risco de eleições políticas aumentar”, continuam a existir “riscos limitados de um desvio material do compromisso de Portugal com a prudência orçamental e redução da dívida pública”.

Mesmo perante este cenário, a DBRS considera que o risco de Portugal se desviar “significativamente” do seu compromisso com uma política orçamental prudente “é relativamente baixo”.

O rating é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

Notícia atualizada pela última vez às 21h25

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