Tecnologia

Google desiste de eliminar cookies do browser Chrome

Flávio Nunes,

Multinacional anunciou que já não irá eliminar os cookies de terceiros do browser Chrome. Ao invés disso, permitirá que sejam os utilizadores a ligá-los ou desligá-los consoante a sua própria vontade.

A Google recuou definitivamente na decisão de eliminar os cookies de terceiros do browser Chrome, uma intenção anunciada em 2020 que vinha a ser criticada pelos anunciantes, mas também pelos reguladores. Ao invés disso, a empresa pretende dar aos utilizadores a possibilidade de ligarem ou desligarem os cookies de terceiros.

Os cookies são pequenos ficheiros de texto que permitem seguir o comportamento dos utilizadores na internet. O objetivo é mostrar-lhes anúncios alinhados com os seus interesses enquanto consumidores a partir da informação sobre as páginas que visitam. Em 2020, a Google comprometeu-se a eliminar estes cookies em dois anos, mas viu-se obrigada a reajustar o calendário várias vezes. Agora, decidiu abandonar a ideia de vez, confirmou num comunicado.

“Estamos a propor uma abordagem atualizada que eleva a escolha do utilizador. Em vez de descontinuar os cookies de terceiros, iremos introduzir uma nova experiência no Chrome que permite às pessoas tomarem uma decisão informada que se aplica ao longo da navegação na web, e poderão ajustar a sua escolha a qualquer momento”, explica Anthony Chavez, responsável executivo do projeto Privacy Sandbox da Google, cujo objetivo é criar tecnologias que protejam a privacidade das pessoas na internet.

Apesar de não existirem muitos mais detalhes sobre a intenção da Google, a decisão aproxima-se do que faz atualmente a concorrente Apple. A fabricante do iPhone bloqueia automaticamente os cookies de terceiros no browser Safari, mas permite que os utilizadores, querendo, possam ligá-los por sua própria iniciativa.

Só que o Chrome é, de longe, o browser com a maior quota de mercado a nível mundial e muitas empresas de publicidade temiam que o fim dos cookies de terceiros significasse a destruição do seu modelo de negócios. Algumas acusavam também a Google de querer aumentar a sua vantagem na recolha de dados e de forçar os anunciantes a pagarem mais, explica o Financial Times.

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