A encarar a vida com humor, Patrícia Nunes Coelho, da Control, na primeira pessoa
"Sempre com um sorriso na cara", Patrícia Nunes Coelho diz que a vida precisa de humor. E foi o humor, aliás, a ferramenta que abriu as portas da Control, entende a diretora de marketing da marca.
“A vida sem humor não é feliz, de todo“, entende Patrícia Nunes Coelho, diretora de marketing da Control há cerca de 11 anos, que gosta de encarar a vida com este estado de espírito e que quer que todos os consumidores e fãs da Control – marca que aposta reconhecidamente no humor – “tenham um sorriso todos os dias”.
A aposta da marca numa comunicação pautada pelo humor nasceu também a partir de Patrícia Nunes Coelho e da sua forma de “olhar para as coisas e ver sempre um segundo sentido” considera. “Também nasce um pouco de mim e da minha forma de ser, por isso é que conseguimos levar também esta forma de comunicação para a equipa, e a equipa perceber e transformar isto de uma forma criativa e concreta e passar a mensagem”, explica.
“Mas sim, está cá dentro, estou sempre com um sorriso na cara e a ver a malandrice onde ela possa existir“, acrescenta. O humor foi, aliás, a ferramenta que abriu as portas para a Control conseguir chegar aos consumidores.
“O maior desafio foi o de como conseguir vender um produto que a maior parte das pessoas não quer comprar ou usar. Esse foi o desafio estratégico da marca. E utilizar o humor ajudou-nos a ultrapassar este tabu, esta barreira da sociedade, e a aumentar o nível de brand awareness da marca para níveis elevadíssimos, superiores ao que esperávamos, termos uma força em social media como temos atualmente, e conquistarmos a liderança de mercado”, explica a responsável de marketing da marca de preservativos.
“De há uns anos para cá, nota-se uma forma de estar perante a marca completamente diferente. Era uma marca que não tinha abertura nos meios de comunicação. Havia receio de se falar dos produtos da marca por ser um tabu. O facto de ter ultrapassado este fator tabu abriu a marca e todas as suas possibilidades e oportunidades”, refere.
“Colocar um like num post da Control era algo mal visto, as pessoas eram consideradas malandras. Neste momento é cool pôr um like na Control e mandar posts da Control para um grupo de família. É algo que é comum entre os nossos consumidores”, acrescenta a responsável da marca que pretende entretanto entrar no TikTok.
É de Lisboa e é sportinguista ferrenha, ou não fosse Patrícia Nunes Coelho “nascida e criada ao lado do estádio do Sporting”, local que foi também o “parque infantil da sua infância”. Nasceu quando os pais já tinham 50 anos – pelo que foi “praticamente mais neta em vez de filha” – e teve uma infância “muito feliz”, seguida de uma uma “adolescência curta”. É que os pais faleceram relativamente cedo, o que fez com que tivesse de crescer “rápido e depressa”.
Assistia também a todos os concertos que passavam pelo estádio do Sporting, incluindo as atuações de nomes como Michael Jackson, Metallica ou Bee Gees. Esta última é desde logo elencada enquanto uma das suas bandas preferidas, a par de Maroon 5 ou Imagine Dragons. A música é uma das paixões da diretora de marketing da Control, que sempre “sonhou” em saber cantar melhor. Além disso gosta também bastante de música clássica, principalmente quando aliada com os “momentos próprios” que consegue ter.
Além de adepta ou frequentadora cultural da “casa” do Sporting, Patrícia Nunes Coelho entrava também na “toca” do leão desde os três anos para praticar desporto. No total foram 15, os anos em que foi atleta de ginástica do Sporting Clube de Portugal. Mais tarde também praticou natação, mas já nos Olivais.
No entanto hoje em dia não é muito desportista, principalmente quando diz respeito a atividades mais radicais. “Normalmente quando tento fazer algo, alguma coisa corre mal. A primeira vez fiz surf consegui rasgar o músculo gémeo da perna. A descer o rio, quando fiz rafting, consegui apanhar um escaldão, com a marca dos calções, que me durou três anos”, exemplifica.
Vive no Lumiar com o marido e os dois filhos – um com 19 e outro com 16 – descrevendo-se atualmente como uma “mãe galinha que tem de libertar as suas crias”. De facto, privilegia muito o estar em família e é muito “family oriented”.
Já na sua vertente profissional considera-se muito “value oriented“, com rapidez de atuação, algo que considera que o retail lhe trouxe. “Espero que seja uma boa chefe, ou pelo menos todos se têm mantido em contacto comigo de uma forma muito positiva”, diz, entre risos, acrescentando que gosta muito de ensinar quem trabalha consigo e de puxar pelo melhor de cada um, “sempre com um sorriso na cara“.
É licenciada em gestão e administração de empresas, com mestrado em marketing estratégico, encontrando-se há mais de 20 anos a trabalhar “nas mais diversas áreas” em várias categorias, desde a área alimentar e comida para bebés até à categoria de preservativos, naquele que tem sido um percurso “bastante dinâmico, sempre com vontade e possibilidade de criar algo novo, criar valor”.
Trabalhou marcas como a Danone ou a Chicco, tendo assumido a direção de marketing da Control em Portugal em 2013. É responsável também pelo mercado espanhol desde há cerca de um ano.
Patrícia Nunes Coelho conta também com um percurso na docência, tendo começado primeiro na Lusófona e depois ingressando no IADE, no que considera ser um desafio “muito giro”, até porque não sabia que tinha esse “bichinho” de gostar de ensinar.
“É muito bom poder partilhar a experiência. Não ser só uma académica a partilhar a parte teórica, mas partilhar a experiência de uma profissional que trabalha há 20 anos, e passar essa experiência aos mais novos. Está a ser muito bom, muito positivo, para mim e para eles – espero eu“, diz, de bom humor, como não podia deixar de ser.
Num futuro, “futuro futuro”, gostava de criar algo seu que “fizesse a diferença na sociedade, de uma forma positiva em Portugal, e que não seja um business por business”.
Patrícia Nunes Coelho, em discurso direto
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1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?
A nível internacional para mim a mais simples mas direta ao ponto é a serie de anúncios “Mac vs. PC” – Apple ou Pepsi versus Coca-cola. A nível nacional, a “Tou sim” da Telecel.
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2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?
A decisão na incerteza de data.
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3 – No (seu) top of mind está sempre?
A Control.
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4 – O briefing ideal deve…
Para além de claro, direto, deve ser inspirador.
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5 – E a agência ideal é aquela que…
Faz parte da nossa equipa.
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6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?
Se não arriscarmos poderemos não criar valor para a marca ou mesmo perder. Arriscar faz parte de um crescimento da marca e errar também!
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7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?
O mesmo! Investimento racional com retorno!
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8 – A publicidade em Portugal, numa frase?
Em Portugal somos muito criativos, procuramos ser disruptivos em diversos setores (não em todos!)
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9 – Construção de marca é?
Subindo degrau a degrau, olhando sempre para todo o nosso lado, colocando-nos nos sapatos dos outros e imaginando o futuro.
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10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?
Algo completamente diferente… medicina!
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