Zuckerberg diz que Governo de Biden pressionou a Meta sobre conteúdos relacionados com a Covid-19
"Acredito que a pressão do governo foi errada e lamento que não tenhamos sido mais francos sobre isso", escreveu o dono da Meta, acrescentando que vai reagir caso aconteça novamente.
Numa altura em que se debatem os limites à publicação de conteúdos nas redes sociais – numa discussão reacendida com a recente detenção em França de um dos fundadores do Telegram – Mark Zuckerberg acusou o governo de Joe Biden de ter exercido pressões sobre a Meta para “censurar” alguns conteúdos relacionados com a Covid-19, na altura da pandemia.
Numa carta dirigida a um comité da Câmara dos Representantes, o presidente da Meta – dona do Facebook, Instagram e Whatsapp – afirmou que altos funcionários da administração Biden “pressionaram repetidamente” e durante meses a equipa da Meta para censurar conteúdos relacionados com a Covid-19, onde se incluíam conteúdos humorísticos e satíricos, segundo o Financial Times (FT). Mark Zuckerberg acrescentou na missiva que iria reagir, caso voltasse a acontecer.
“Acredito que a pressão do Governo foi errada e lamento que não tenhamos sido mais francos sobre isso. Sinto firmemente que não devemos comprometer os nossos padrões de conteúdo devido à pressão de qualquer administração em qualquer direção — e estamos prontos para reagir se algo assim acontecer novamente”, escreveu o dono da Meta.
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Por parte da Casa Branca, um porta-voz disse que a administração, quando confrontada com a pandemia, “encorajou ações responsáveis para proteger a saúde e a segurança pública”. “A nossa posição tem sido clara e consistente: acreditamos que as empresas tecnológicas e outros atores privados devem ter em conta os efeitos que as suas ações têm sobre o povo norte-americano, ao mesmo tempo que fazem escolhas independentes sobre as informações que apresentam“, acrescentou, citado pelo FT.
Zuckerberg avançou ainda na carta que não vai fazer nenhuma contribuição para apoiar as infraestruturas eleitorais nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro. Através da Chan Zuckerberg Initiative, e segundo o próximo, Zuckerberg fez doações – que totalizaram mais de 400 milhões de dólares – com a intenção de garantir que os eleitores pudessem votar de forma segura nas eleições que tiveram lugar durante a pandemia.
No entanto, embora fosse um apoio “desenhado para ser apartidário”, o mesmo foi interpretado “por algumas pessoas” como se tivesse sido concedido em benefício de um partido e em detrimento do outro, diz Zuckerberg.
“O meu objetivo é ser neutro e não desempenhar um papel de uma forma ou de outra, e nem parecer que desempenho um papel. Então, não planeio fazer uma contribuição semelhante neste ciclo [eleitoral]”, escreveu.
Recorde-se que recentemente, a Comissão Europeia enviou um pedido de informações à Meta, dona do Facebook e Instagram, sobre a descontinuação do CrowdTangle, uma ferramenta para monitorizar desinformação online, questionando quais as medidas adotadas para o compensar.
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