Ventura anuncia “dia histórico” na manifestação do Chega contra “imigração descontrolada”

  • Lusa
  • 29 Setembro 2024

O presidente do Chega assinalou "um dia histórico", dizendo que se juntaram "quase três mil pessoas" em Lisboa para se manifestarem contra a imigração que Ventura considera estar descontrolada.

O presidente do Chega afirmou que é “um dia histórico”, dizendo que se juntaram “quase três mil pessoas” em Lisboa para se manifestarem contra a imigração que o partido considera estar descontrolada, apesar das mudanças de regras e do fim das chamadas “manifestações de interesse” e da exigência de autorização no consulado português no país de origem.

“É uma manifestação histórica, no sentido em que é a primeira vez na história de Portugal em que um grande movimento sai à rua para dizer que quer não acabar com a imigração, mas controlo na imigração”, disse, poucos minutos antes do arranque da manifestação, perto das 16h00 em Lisboa.

Ventura não quis responder sobre a presença de elementos de movimentos de extrema-direita, como Mário Machado, dizendo que quis que “toda a gente que venha a esta manifestação venha por bem”, dizendo que houve um grande esforço do Chega para que o protesto seja seguro. “Espero que o Governo, espero que a Assembleia da República, espero que o país perceba, se não pararem a tempo, nós também não pararemos. Este movimento não parará de crescer“, disse. A manifestação arrancou em direção ao Rossio com gritos de “nem mais um, nem mais um”.

À hora prevista para o início da manifestação, juntavam se no jardim da Alameda, em Lisboa, mais de um milhar de pessoas com bandeiras do Chega e de Portugal, que iam gritando o nome do partido e do país e entoando o hino nacional. Em faixas no jardim, lê-se: ‘Nem mais um imigrante ilegal‘ ou ‘chega de bandalheira‘.

Os manifestantes foram chegando, a pé ou em autocarros, entre anónimos, dirigentes, deputados e até um grupo de bombos. No local, há um forte dispositivo policial, com várias carrinhas da policia de intervenção.

Cerca de 20 minutos antes do arranque, chegou ao local o líder do movimento de extrema-direita 1143, Mário Machado, acompanhado de algumas dezenas de pessoas, na maioria vestidos de preto, que se concentraram a alguns metros dos manifestantes e entoaram cânticos como ‘Portugal é nosso e há de ser’.

A Amnistia internacional deslocou também para o local três elementos para observar o protesto, designado pelo Chega “Salvar Portugal”.

Contactada pela Lusa, a Polícia de Segurança Pública (PSP) disse que conta com um reforço policial, “necessário e ajustado”, para acompanhar a manifestação “Salvar Portugal”, marcada pelo Chega contra a imigração, e uma concentração designada “Não Passarão”, promovida por coletivos antifascistas, considerando a possibilidade de se cruzarem, apesar de o parecer que deu à Câmara Municipal de Lisboa, e que foi aceite, foi para que ambas não acontecessem em simultâneo.

A população estrangeira em Portugal aumentou cerca de 33% no ano passado, totalizando mais de um milhão de imigrantes a viver legalmente no país, segundo um documento apresentado em junho pelo Governo. De acordo com o Governo, a maior parte das autorizações de residência atribuídas em Portugal são para o exercício da atividade profissional. O documento indica ainda que as migrações contribuem para “a revitalização demográfica e o aumento da população ativa”, tendo a maior parte dos estrangeiros residentes em Portugal entre os 25 e os 44 anos. E como já revelou o secretário de Estado-Adjunto da Presidência de Conselho de Ministros, Rui Armindo Freitas, o número de pedidos de imigrantes abrandou de forma significativa depois das mudanças na lei.

Estes dados foram apresentados após o Conselho de Ministros em que foi aprovado o Plano de Ação para as Migrações, tendo, na altura, o primeiro-ministro rejeitado “qualquer ligação direta” entre a “capacidade de acolher imigrantes e aumentos de índices de criminalidade”.

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