Auchan abre caça a investidores para alargar rede Minipreço em regime de franchising

Cerca de 250 lojas Minipreço funcionam em franchising, sendo a rede nacional mais antiga no setor alimentar. Nova dona francesa apresenta “visão de futuro” a potenciais investidores e empreendedores.

Das mais de 480 lojas Minipreço compradas pela Auchan, mais de 50% operam em regime de franchising. Com a aquisição da Dia Portugal, fechado por 155 milhões de euros no final de abril, assumiu a gestão da mais antiga e uma das maiores redes nacionais de franquia alimentar, o que “traduz um novo foco estratégico” para o grupo de origem francesa.

Para “apresentar a todos os potenciais investidores, e empreendedores nacionais, a sua visão de futuro”, assim como os “pilares de intervenção” na área da franquia, pela primeira vez desde que reforçou a posição neste mercado de proximidade, a Auchan Retail Portugal vai marcar presença na Expo Franchise, a maior feira de franchising da Península Ibérica, agendada para os dias 18 e 19 de outubro no Pátio da Galé, em Lisboa.

“Atualmente, a rede de franquia da Auchan é um dos maiores ativos da nossa operação em Portugal, onde queremos fomentar o empreendedorismo através de parcerias sustentáveis e colocar os parceiros no centro das nossas ações. Vivemos um momento único no qual depositamos muita confiança nos nossos parceiros de negócio”, frisa Pierre Olivier Delpierre, diretor de Franchising e Conceitos Comerciais da Auchan Retail Portugal.

Em comunicado, o grupo de distribuição que conta agora em Portugal com 583 lojas físicas, 30 gasolineiras, quatro armazéns e duas lojas digitais, empregando mais de 11.000 pessoas no país, elenca os principais pilares da rede para a nova marca: “O empreendedorismo, através da fomentação e apoio no desenvolvimento de perfis e de projetos empresariais, a sustentabilidade e a proximidade, assente numa relação empática, transparente e de respeito mútuo”.

Recusa responsabilidades no fecho de Minipreços em franchising

A participação na Expo Franchise acontece numa altura em que, como o ECO noticiou na semana passada, a Auchan está a ser criticada pelo encerramento de dois supermercados Minipreço no Porto e em Matosinhos por parte de franqueados da marca, com o Sindicato dos Trabalhadores das Grandes Superfícies, Armazéns e Serviços de Portugal (STGSSP) a acusar a nova dona desta rede retalhista de ter “absorvido o inventário e mobiliário” dessas lojas, enquanto “descarta responsabilidades sociais” para com os trabalhadores.

Em reação, a Auchan diz ter encerrado apenas uma loja própria Minipreço, em “resultado da obrigatoriedade imposta pela Autoridade da Concorrência”, recusando responsabilidades no fecho destas lojas franqueados. João Diogo, chief integration officer, justificou ao ECO que “no âmbito do modelo de franquia, a gestão das lojas e dos seus colaboradores é da responsabilidade do franqueado – a todos os níveis”. E diz que essas unidades “encerraram por inviabilidade do respetivo franqueado”. Por outro lado, sendo “naturalmente” intenção da Auchan aumentar a rede de franquia, “só haverá anulação de contratos no pior cenário possível”.

“O propósito inicial desta aquisição mantém-se: gerar valor para todas as partes. A Auchan não comprou lojas com o objetivo de as encerrar e/ou despedir pessoas. O modelo futuro ainda está a ser definido, mas será assente nos mesmos princípios que motivaram este projeto”, responde João Diogo, esclarecendo que este processo de reestruturação ficará concluído até 2026.

Quando oficializou a compra do Minipreço, após receber o parecer de não oposição da Autoridade da Concorrência, a Auchan calculou um investimento de 100 milhões de euros no desenvolvimento e modernização das lojas Minipreço num prazo de três anos. Questionado sobre o andamento deste processo, o gestor desta área da integração de negócios avança que “a execução terá início no segundo trimestre de 2025, estando de momento numa fase de planeamento e testes iniciais”.

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