BRANDS' ECO 5G ainda tem muito potencial na inovação

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  • 10 Dezembro 2024

No mês em que se assinala o aniversário da quinta geração da rede móvel, a NOS organizou uma conferência dedicada aos casos de uso do 5G em vários setores da economia, da saúde à mobilidade.

A NOS é a empresa privada que mais investe em investigação e desenvolvimento e é também quem já investiu mais no 5G”, destacou Manuel Ramalho Eanes durante a Conferência Inovação 5G, organizada pela operadora em parceria com o ECO.

Para o administrador, a liderança da empresa neste mercado é evidente, com mais de 420 milhões de euros investidos, mais de 4.700 estações 5G e uma cobertura de rede que alcança 99,1% da população. “Acho que fizemos o nosso caminho de liderança com muita solidez”, assegurou.

Manuel Ramalho Eanes, administrador executivo NOS

Essa aposta reflete-se na participação em 12 agendas mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), incluindo uma liderada pela NOS, duas test bed, ou ainda em projetos europeus que pretendem transportar as vantagens da quinta geração móvel para a saúde. “Fizemos 600 projetos em 5G, temos mais de 30 projetos em curso de indústria 4.0 e temos mais de 60 projetos em curso de cidades inteligentes”, destacou o responsável.

A liderança na inovação repete-se na antecipação do futuro, com o lançamento, já este mês, da primeira rede 5G standalone com o serviço 5G+. Trata-se da chegada das grandes vantagens da quinta geração móvel sem quaisquer restrições: latência ultrabaixa para redes críticas ou aplicações industriais, maior velocidade e maior resiliência. “Com o 5G+, estaremos capazes de dar a cada utilizador da rede exatamente a funcionalidade da rede que pretende”, sublinha Manuel Ramalho Eanes.

Tecnologia em ebulição

A Conferência Inovação 5G contou ainda com um painel de debate, que juntou Francisco Vilhena da Cunha, CEO da GeoSat, Susana Sargento, professora catedrática da Universidade de Aveiro, Jorge Graça, administrador executivo da NOS, José Rui Felizardo, presidente executivo do CEiiA, e Maria João Baptista, presidente do Conselho de Administração da ULS São João.

A GeoSat, um dos dois operadores de satélites de observação da Terra integralmente europeus, vende “produtos, imagens e serviços para todo o mundo” e prevê ter, a partir de 2026, “um satélite de muito alta resolução feito em Portugal”. O 5G vai permitir distribuir volumes massivos de dados rapidamente e interagir com essa informação, apontou o líder.

"O foco deixou de estar no objeto [carro] e passou a estar no fluxo de informação associado a esse objeto”

José Rui Felizardo, presidente executivo do CEiiA

José Rui Felizardo, do CEiiA, falou na agenda mobilizadora B.Neutral, que espera que “seja realmente um sucesso” e que mantenha os bons resultados que tem alcançado. As telecomunicações são o “denominador comum” à neutralidade carbónica das cidades, carregadores e veículos elétricos e autónomos. “O foco deixou de estar no objeto [carro] e passou a estar no fluxo de informação associado a esse objeto”, explicou. A indústria automóvel está, acredita, a fazer a transição de um modelo de negócio assente em serviços associados à manutenção e financiamento para outros serviços ligados à eletrificação e ao fluxo de dados.

“Para podermos quantificar uma emissão evitada, tokenizar e a prepararmos para que seja sujeita a ser transacionada como ativo ambiental, isso só é possível com esta componente das comunicações. E a questão do 5G veio, sem dúvida alguma, acelerar este processo”, destacou.

Susana Sargento, professora catedrática da Universidade de Aveiro

Já Susana Sargento, da Universidade de Aveiro, falou de veículos autónomos e do consórcio, com quase três dezenas de empresas, “com o grande objetivo de construir um sistema de mobilidade autónoma em Portugal”. Trata-se de um desafio de grande dimensão. Mais uma vez, o 5G assume aqui um papel crucial para assegurar, graças à ultrabaixa latência e elevada resiliência, a comunicação entre veículos e infraestrutura. “O nosso objetivo é que um veículo possa ter os seus sensores e tomar decisões com o que vê, mas também tendo em conta aquilo que os outros veículos e a própria infraestrutura veem”, detalhou.

Isto permitirá coordenar manobras entre veículos, gerir o tráfego de forma mais eficiente e segura, mas que também pode integrar bicicletas. “Só para dar uma ideia: é uma agenda que considera que pode haver múltiplos operadores de telecomunicações, porque um veículo pode movimentar-se entre países e estes serviços têm de manter a qualidade de desempenho”, acrescentou. Por isso, é preciso assegurar uma espécie de roaming que garanta que os serviços críticos do veículo funcionam onde quer que estejam.

"Temos a transmissão de imagens em situação de bloco operatório, de cirurgia robótica muito avançada, que é feita apenas em alguns locais, e nós podemos, tendo plataformas adequadas, fazer chegar estas imagens a alunos, mas podemos também formar médicos”

Maria João Baptista, presidente do Conselho de Administração da ULS São João

Na saúde, a inovação acelerou também com apoio da nova geração móvel da NOS, que se juntou à ULS São João, no Porto, para criar “uma série de casos que usam a conectividade para quebrar as paredes do hospital e fazer-nos chegar a mais pessoas”. A explicação é de Maria João Baptista, que lidera seis casos de uso para o 5G com objetivos comuns: facilitar a vida dos profissionais de saúde e apoiar a tomada de decisão, melhorar o acesso a dados de saúde e apoiar a formação. “Temos a transmissão de imagens em situação de bloco operatório, de cirurgia robótica muito avançada, que é feita apenas em alguns locais, e nós podemos, tendo plataformas adequadas, fazer chegar estas imagens a alunos, mas podemos também formar médicos”, exemplificou.

O acolhimento das soluções 5G pelas empresas tem sido “tendencialmente positivo”, destacou Jorge Graça, que sublinha o carácter “transformador” da tecnologia. “Além do desafio tecnológico, é fundamental perceber como é que as empresas se transformam e funcionam para ir buscar o ganho exponencial de produtividade”, rematou.

Projetos com ambição

Durante o evento organizado pela NOS para assinalar o terceiro aniversário do 5G, a operadora deu ainda a conhecer cinco projetos ambiciosos, made in Portugal, que estão a usar a quinta geração móvel como base para a criação de novos casos de uso, da saúde à indústria têxtil. Estes projetos integram não só agendas mobilizadoras, como também test beds e CEFS.

– Capacetes Cirúrgicos

Bernardo Nunes, da 4LifeLab, lidera um projeto para transformar os equipamentos de proteção individual na medicina. “Este é um capacete que permite não só a proteção dos profissionais de, mas também uma melhor proteção dos doentes”, explicou. Foi pensado para trabalhadores em contexto de bloco operatório e unidades de cuidados intensivos, integrando soluções digitais de comunicação, transmissão de voz e vídeo, realidade aumentada e virtual alimentadas com inteligência artificial. “Com recurso ao 5G e uma câmara integrada, conseguimos fazer a transmissão de imagens para situações de educação, simulação ou apoio à tomada de decisão”, conclui o também ortopedista.

– Ambulâncias conectadas

Garantir uma boa comunicação entre os profissionais de saúde que estão nas ambulâncias e os hospitais é o objetivo do projeto apresentado por Paulo Pinto, do INEM, instituição que “salva mais de quatro mil vidas por dia”. Em 80% dos transportes de doentes para o hospital, a equipa de acompanhamento não tem médicos ou enfermeiros, mas um técnico de emergência hospitalar que precisa, por vezes, de apoio especializado para a tomada de decisões. “Vamos colocar devices dentro do veículo que consigam transmitir em tempo real alguma informação e tirar alguma informação também daquilo que é o diagnóstico do técnico a tempo inteiro”, afirmou.

Estas soluções – que incluem ainda realidade virtual aplicada aos cuidados intensivos e streaming de intervenções cirúrgicas – são suportadas pela conectividade 5G e têm como objetivo melhorar a qualidade e a eficiência dos cuidados de saúde na região Norte de Portugal com um investimento superior a 3,3 milhões de euros.

– Transição digital do setor têxtil

Jorge Sousa, da Viatel, apresentou um fato de proteção individual, o IP Vest, desenvolvido no âmbito da agenda TexP@ct para melhorar a segurança de trabalhadores das telecomunicações e da energia. “Este projeto inicial procurava atingir um protótipo que demonstrasse a ideia e agora já estamos numa fase em que queremos realmente que esta ideia se transforme num produto real e que possa vir para o mercado”, apontou.

Através de um sistema de sensorização de parâmetros biométricos, esta solução permite a monitorização em tempo real da temperatura, humidade, radiações eletromagnéticas e vários indicadores físicos do trabalhador. Objetivo do IPVest é assegurar desempenho, bem-estar e segurança.

– Conectividade a partir do espaço

A Connected, representada pelo CTO Hélder Oliveira, mostrou como pretende assegurar serviços de conectividade de dispositivos IoT (Internet of Things) a partir do espaço, mas utilizando satélites de terceiros. O projeto faz parte da agenda mobilizadora New Space Portugal, liderada pela GeoSat. “Estamos a criar um gateway de IoT que irá a bordo de satélites de outros, contribuindo para a sustentabilidade, e adicionará um valor único aos operadores da observação terrestre”, explicou. A intenção é integrar “sensores in situ com dados de observação da Terra e o 5G”, que permite “desbloquear” casos de uso como agricultura de precisão ou segurança. “Neste momento estamos a preparar a nossa primeira missão. Objetivo é ter 16 satélites ativos no espaço em 2027 para validar uma rede piloto e 100 ativos para cobertura global em 2029”, completou.

– Acelerar a mobilidade

Projeto BEN4US – apresentado por Margarida Pina, do CEiiA – quer apostar na mobilidade sustentável integrada, criando uma plataforma digital que junta os equipamentos físicos (veículos), plataforma agregadora e objetivos de neutralidade carbónica. A iniciativa integra a agenda mobilizadora Be.Neutral – Agenda de Mobilidade para a Neutralidade Carbónica. “É um novo conceito de serviço que permite contabilizar em tempo real as emissões evitadas durante o uso de um veículo”, resumiu. A ideia é que a iniciativa seja escalável, criando valor para o utilizador e reduzindo a “utilização de carros a combustão na cidade”, enquanto constrói uma “solução de serviço partilhada, conectada com base em 5G e efetivamente sustentável”.

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