Altri fecha compra de empresa florestal na Galiza enquanto aguarda aprovação de megaprojeto industrial

A papeleira portuguesa é a nova dona de uma das principais empresas do setor florestal galego. A aquisição é anunciada horas após as ações terem atingido um máximo histórico de 5,92 euros.

A aguardar ainda a aprovação das autoridades espanholas para a construção de um polémico megacomplexo industrial na Galiza, que prevê um investimento superior a 850 milhões de euros, a Altri fechou um acordo com a Smarttia para a aquisição da Greenalia Forest, uma das principais empresas do setor florestal galego, e também da Greenalia Logistics, “dando um passo estratégico na consolidação da sua presença” na região.

O negócio foi anunciado poucas horas após as ações da papeleira terem atingido, esta manhã, um máximo histórico de 5,92 euros. Pelas 13h22, os títulos da empresa de produção de fibras celulósicas continuavam a valorizar mais de 1% (+1,49%) para 5,775 euros, mantendo-se perto desse recorde.

“Esta operação representa um importante marco para a implementação dos projetos da empresa naquela região autónoma e reflete o compromisso da Altri com o desenvolvimento sustentável e com a valorização dos recursos naturais da Galiza”, refere, em comunicado, a empresa liderada por José Soares de Pina.

A Altri garante que “reforçará a colaboração com os parceiros locais que adotem as melhores práticas de gestão florestal, promovendo a criação de emprego e impulsionando o aumento da produtividade florestal atual na Galiza, bem como o desenvolvimento económico e social das comunidades”.

A papeleira espera que o processo esteja concluído no final do primeiro trimestre de 2025, tendo em conta que a concretização desta aquisição está sujeita à verificação de um conjunto de condições prévias.

Com a construção do seu megaprojeto industrial na Galiza, que ainda aguarda aprovação no plano ambiental, a empresa calcula que, uma vez em funcionamento, o Projeto Gama implique uma injeção anual de 150 milhões de euros para a aquisição de matérias-primas, produtos e outros serviços. A Altri já calculou que o projeto deverá criar 500 empregos diretos e 2.000 indiretos, com impacto nas receitas municipais.

O projeto prevê a construção de raiz de uma unidade com capacidade para produzir anualmente 200 mil toneladas de pasta solúvel e 60 mil toneladas de fibras têxteis sustentáveis (lyocell), mas tem sido alvo de grande contestação na região devido aos impactos ambientais.

Caso seja viabilizado do ponto de vista ambiental, deve contar com a atribuição de um apoio, por parte do Governo central, à volta de 215 milhões de euros, através dos fundos europeus da bazuca espanhola. A Altri calcula que “deverá rondar os 25% do total” do investimento na fábrica, notando que estão ainda a “decorrer as negociações” com as autoridades do país vizinho.

A papeleira portuguesa tem-se desdobrado em esforços para mostrar os benefícios desta nova unidade para a região e rebatido as acusações de ser uma “bomba ambiental” para a região.

A Altri é responsável pela gestão de cerca de 92,8 mil hectares de floresta em Portugal, sendo que o Grupo detém três fábricas de fibras celulósicas no país, com uma capacidade instalada superior a 1,1 milhões de toneladas por ano.

(Notícia atualizadas às 13h24 com mais informação)

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