Rodovia vai receber investimento de 2.000 milhões nos próximos dois anos

Governo vai anunciar no próximo mês as suas prioridades na rodovia. Intermodalidade, resolução de estrangulamentos urbanos e ligações em falta no interior serão prioridades. 

Depois de décadas em que a rodovia foi a prioridade, a ferrovia assomou nos últimos anos como a prioridade política, face ao desinvestimento a que tinha sido votada. As estradas vão, no entanto, voltar a receber elevados investimentos.

O secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, anunciou no VII Congresso da associação que representa as concessionárias portuguesas, que decorreu esta quarta-feira no auditório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, em Lisboa, que a Infraestruturas de Portugal vai investir “nos próximos dois anos cerca de 2.000 milhões”, na rodovia.

O investimento será repartido entre manutenção, expansão e requalificação. Já este ano, a Infraestruturas de Portugal vai investir cerca de 400 milhões, mais 67% do que em 2024, afirmou o governante.

Tivemos décadas de algum investimento e depois tivemos 10 a 15 anos de contenção brutal neste aspeto. A rodovia não se constrói e fica lá para sempre.

Hugo Espírito Santo

Secretário de Estado dos Transportes

“Tivemos décadas de algum investimento e depois tivemos 10 a 15 anos de contenção brutal neste aspeto. A rodovia não se constrói e fica lá para sempre. Ela precisa de ser mantida, precisa de haver investimento”, argumentou Hugo Espírito Santo, que antes de ingressar no Governo foi sócio do escritório de Lisboa da consultora McKinsey.

“Todo o investimento que foi feito no passado foi essencial para reduzir as assimetrias regionais, para nos aproximar, para incentivar a economia e este desinvestimento nos últimos anos não faz sentido”, criticou.

O secretário de Estado da equipa de Miguel Pinto Luz afirmou que o Governo vai anunciar no próximo mês as suas prioridades na rodovia.

Tomada de posse dos Secretários de Estado do XXIV Governo Constitucional - 05ABR24
Hugo Espírito Santo, Secretário de Estado das Infraestruturas.Hugo Amaral/ECO

Hugo Espírito Santo disse que será feita uma seleção com base numa análise custo-benefício, porque não é possível avançar com todos os projetos em simultâneo. Apontou, no entanto, que face à qualidade das autoestradas portuguesas, “é na rede viária nacional que precisamos de investir”, acrescentando que a rede municipal também tem problemas sérios.

O governante não revelou que projetos poderão avançar, que incluirão quer requalificações quer novas vias, mas falou nas dimensões a que o Governo pretende dar resposta e deu alguns exemplos.

Temos de resolver situações crónicas de estrangulamento em meio urbano, como a VCI e a A5“, afirmou. A autoestrada que liga Cascais a Lisboa é um dos temas que será abordado pela nova comissão de negociação entre o Estado e a Brisa, que deverá iniciar funções em abril. Em cima da mesa está a criação de uma nova faixa exclusiva para autocarros e transporte público.

Outra prioridade será a intermodalidade. “A rodovia não vive dissociada dos outros meios de transporte. Nós precisamos de trazer os passageiros para o comboio e a rodovia é necessária”, assinalou Hugo Espírito Santo.

As ligações às autoestradas e outras vias (missing links) também vão merecer a atenção do Executivo, em particular no interior, a que se junta a segurança rodoviária, face ao aumento recente da sinistralidade.

No âmbito da comissão de negociação com a Brisa vai estar também a construção dos acessos ao novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, que obrigará a construir um novo troço de autoestrada de ligação entre a A12 e A13, que a concessionária estima venha a custar 500 milhões de euros.

Além do aeroporto, Hugo Espírito Santo sublinhou também a necessidade de “ligações fluidas a todos os portos nacionais, não só ferroviárias mas também rodoviárias.

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