Loja digital Bloop concorda com fim da isenção de tarifas em compras online abaixo de 150 euros
Francisco Rodrigues, fundador e CEO da startup que se vai lançar no e-commerce em março, garante que os “vendedores vão ser todos europeus" e elogia plano de Bruxelas para proteger consumidores.
O CEO da nova “Amazon à portuguesa” considerou esta quarta-feira que o pedido de Bruxelas para pôr fim à isenção de taxas aduaneiras às encomendas mais baratas é uma “boa medida para o mercado” e garantiu que os vendedores que estão no marketplace da Bloop são todos europeus.
“Por agora, os nossos vendedores vão ser todos europeus. Não vamos estar a importar bens fora da Europa, mas acho que pode ser uma resposta ao que os Estados Unidos estão a fazer. Estamos a aproveitar e a incentivar mais o consumo aqui da Europa. É uma boa medida para o mercado”, afirmou Francisco Rodrigues, num encontro com jornalistas, em Lisboa.
A Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira restrições às encomendas de baixo valor, que são comuns em plataformas como Shein ou Temu. Bruxelas está a acelerar a reforma aduaneira e pretende que os Estados-membros adotem medidas para combater os riscos associados a vendas de menos de 150 euros em sites de países estrangeiros.
A instituição liderada por Ursula von der Leyen quer ter o apoio dos co-legisladores na proposta de reforma da União Aduaneira, na qual propõe mais controlos aduaneiros (fiscalização das mercadorias importadas) ou utilizar ferramentas de IA para detetar produtos que poderão não cumprir as regras de segurança, por exemplo.
Em 2024, entraram na União Europeia cerca de 4,6 mil milhões de remessas de baixo valor, o que dá uma média diária de 12 milhões de encomendas baratas e, consequentemente, com menor controlo de qualidade e mais risco para os europeus.
Prestes a lançar um site onde se compra roupa, livros ou se reservam restaurantes, a portuguesa Bloop – que encaixou 1,4 milhões de euros numa ronda coliderada pela Monarque Funds Portugal e Insure Broker – será um alvo deste cerco caso venha a ter fornecedores não-europeus. Em causa está uma tecnológica que se apresentou esta quarta ao mercado com uma loja online que também é uma rede social de consumidores. A diferença entre um marketplace comum é que na Bloop os utilizadores recebem crédito (dinheiro para gastarem novamente na plataforma) se as opiniões que deram sobre os produtos/serviços se refletirem em novas vendas.
A decisão da Comissão Europeia segue-se à do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que aplicou uma taxa adicional de 10% sobre as importações da China e pôs fim à isenção tarifária sobre os produtos de valor inferior a 800 dólares (cerca de 770 euros) que são comprados pelos consumidores de enviados por correios para os EUA.
No Brasil, existe uma política semelhante e esta tarifa é conhecida como a “taxa da blusinha”, porque corresponde ao imposto às importações abaixo de 50 dólares (48 euros) em sites como Shopee, AliExpress, entre outras.
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