Espanhóis da Mondragón compram tecnologia para fábricas criada em Guimarães

A tecnológica Sentinel, que faz máquinas e programas de visão computacional e 3D para o setor da indústria, foi adquirida pelo maior grupo empresarial do País Basco.

O grupo Mondragón, a maior holding empresarial do País Basco, comprou a tecnológica Sentinel, uma startup de Guimarães que desenvolve maquinaria e programas de software de visão computacional para fábricas. A empresa espanhola pretende entrar no negócio da “visão artificial” – controlo digital dos processos de produção – para começar a trabalhar com mais grupos industriais e diversificar a operação.

A sede da Sentinel vai-se mudar para o país vizinho, rumando a Rubí, em Barcelona, segundo uma publicação na rede social Linkedin. Portugal vai manter-se com a atividade comercial (vendas), serviços e desenvolvimento de produto. É o que o cofundador Joel Alves descreve ao ECO como “centro tecnológico”. Por exemplo, a empresa criou um software chamado “Vision Core”, uma ferramenta de alta performance para deteção e resolução dos problemas na cadeia de montagem, e também câmaras e sensores de análise aos processos produtivos (na fotografia abaixo).

A venda da empresa de TI , assessorada pela sociedade de advogados Morais Leitão, ocorre apenas quatro anos desde o seu lançamento. “Estamos prontos para dar um grande passo para o futuro. Estamos a juntar-nos à Mondragón Corporation, um dos grupos industriais mais importantes de Espanha, com o objetivo de reforçar a nossa posição e levar a nossa inovação ainda mais longe”, escreveu a Sentinel na mesma publicação online.

A Sentinel, que emprega 16 pessoas, considera que se afirmou como “uma referência em soluções de visão artificial em Portugal”. Com um volume de negócios de dois milhões de euros e clientes como Continental, Amorim ou Sociedade Ponto Verde, a previsão é que a faturação mais que quadruplique para os oito ou 10 milhões de euros.

Em declarações ao ECO, o cofundador Joel Alves garante que todos os colaboradores vão passar para a nova empresa e estão a contratar comerciais e administrativos para Espanha. O plano é que a nova equipa técnica opere em Barcelona e, mais tarde, se criem mais empresas desta área da Sentinel no México, em França e na Alemanha.

A transação, cujo valor não foi tornado público, realizou-se através da Mondragón Corporation, uma cooperativa integrada na divisão de automação industrial da empresa sediada em Gipuzkoa, a a MIA. Uma das executivas do grupo comprador, Nerea Aranguren Achotegui, disse ao jornal Expansión que pretende alargar a atuação da MIA, cujo foco tem sido mais linhas de fabrico e automação.

“Com esta aliança estratégica, a Sentinel embarca na sua jornada como um grupo internacional, mantendo o nosso forte compromisso com soluções inovadoras de visão artificial, bem como o desenvolvimento do nosso próprio software, abrindo caminho para o futuro”, acrescenta a empresa fundada por um grupo de engenheiros composto por Joel Alves, Álvaro Oliveira e Rui Moreira, que entretanto deixou a sociedade.

 

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