Exportações invertem tendência e crescem 2,5% em 2024. Importações sobem 1,9%
Exportações e importações inverteram a tendência de queda. Défice da balança comercial agravou-se em 78 milhões de euros, para 27.887 milhões de euros.
As exportações portuguesas recuperaram em 2024, após a queda de 1,4% registada no ano anterior. De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a venda de bens ao exterior avançou 2,5% no ano passado, enquanto as importações cresceram 1,9%, invertendo a queda de 4% registada em 2023.
Apesar do ritmo de crescimento das exportações ter sido superior ao das importações, registou-se um agravamento de 78 milhões de euros do défice da balança comercial face a 2023, para 27.887 milhões de euros, bem como uma subida de 0,4 pontos percentuais (pp.) na taxa de cobertura, para 74%.
Descontando as transações com vista a, ou na sequência de, trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade), o crescimento em ambos os fluxos foi menor: 1,7% nas exportações e 1,2% nas importações. Os dados do INE revelam ainda que as exportações sem transferência de propriedade representaram 4,3% do total das exportações, correspondendo a um acréscimo de 0,8 pp. face a 2023, e registando um acréscimo de 26,7% face ao ano anterior.
Neste caso, o défice da balança comercial recuou 39 milhões de euros face ao ano anterior, totalizando 28.348 milhões de euros.
Excluindo combustíveis e lubrificantes, as exportações aumentaram 2% em 2024 e as importações 3%, o que compara com as taxas de 0,7% e 1,7%, respetivamente, registada em 2023. Neste caso, o défice da balança comercial situou-se em 21.909 milhões de euros, aumentando 1.328 milhões de euros face ao ano anterior.
Exportações de produtos alimentares e bebidas crescem 8,3%
O INE adianta que a maioria dos bens exportados apresentou acréscimos, sendo os mais significativos os registados nos produtos alimentares e bebidas e fornecimentos industriais, com aumentos de 8,3% e 2,3%, respetivamente. No entanto, excluindo as exportações sem transferência de propriedade, a venda de fornecimentos industriais caiu 0,5% face ao ano anterior, enquanto a variação nos produtos alimentares e bebidas pouco se alterou (+8,4%).
As exportações de combustíveis e lubrificantes foram a terceira categoria que mais aumentou em 2024, com um aumento de 10,2%, principalmente para Bélgica, Gibraltar e Países Baixos. “As variações nesta categoria de bens foram, não só influenciadas pelo aumento da procura global deste tipo de produtos, mas também pelo comportamento dos preços deste tipo de bens nos mercados internacionais, em especial da cotação do petróleo bruto (brent), cuja cotação média anual (em euros) diminuiu 2,6% em 2024”, explica o organismo de estatística.
Por outro lado, o material de transporte foi a categoria que registou o maior decréscimo das exportações, ao cair 0,6%, principalmente devido à diminuição das exportações de veículos e outro material de transporte para França, Turquia e Japão. Descontando as exportações sem transferência de propriedade, o decréscimo das exportações acentuou-se (-1,2%).
Em termos de estrutura, os fornecimentos industriais continuaram a ser a categoria mais exportada em 2024, com um peso de 31,8%, menos 0,1 pp. face ao ano anterior, seguidos pelo material de transporte e pelos bens de consumo.
Alemanha é o principal impulsionador das exportações
A Alemanha foi o destino que mais contribuiu para o aumento das exportações de bens, com um peso de 12,3%, embora ocupe o segundo lugar no ranking de clientes de Portugal. As exportações para este país aumentaram 17,8%, essencialmente fornecimentos industriais, material de transporte e máquinas e aparelhos.
Espanha garantiu o segundo maior contributo para o aumento das exportações nacionais em 2024, continuando como principal destino, com um peso de 26%. O INE assinala que as exportações para o país vizinho aumentaram 3,5%, principalmente produtos alimentares e bebidas e fornecimentos industriais.
Espanha, Alemanha e França continuaram, assim, a ser os principais clientes externos em 2024. No seu conjunto, concentraram mais de metade do total das exportações nacionais (50,5%, +1,0 pp. face a 2023). Os Estados Unidos mantiveram-se como principal destino fora da União Europeia, com um peso de 6,7% (-0,1 pp. que em 2023), seguido do Reino Unido, que foi o quinto principal destino, com um peso de 4,6% (-0,1 pp. face ao ano anterior).
Importações de combustíveis caem 6,1%
Em 2024, as importações de todas as grandes categorias económicas cresceram, exceto de combustíveis e lubrificantes, que caíram 6,1% face a 2023, em grande medida, devido aos decréscimos nas transações com Espanha. No entanto, excluindo as sem transferência de capital do valor das importações, também os fornecimentos industriais decresceram face ao ano anterior (-1,7%).
O maior contributo para o acréscimo global das importações resultou do aumento das importações de bens de consumo, que registou um crescimento de 7,3% face ao ano anterior, “o que se ficou a dever, essencialmente, às transações com Espanha, China e Países Baixos”. Já as importações de material de transporte registaram o segundo maior acréscimo face a 2023, com uma subida de 4,9%, provenientes de França, principalmente.
(Notícia atualizada às 11h44)
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