Os peritos apelam a uma estratégia que considere o investimento na saúde como uma alavanca para o progresso social e económico
Representantes das esferas política, de saúde, institucional e empresarial reuniram-se na conferência “Cuidados de Saúde 2050: Para uma Estratégia a Longo Prazo”, para debater os cuidados de sáude.
O evento, organizado pela AstraZeneca, destacou a necessidade de promover um sistema de saúde moderno, competitivo e sustentável, preparado para enfrentar os desafios do futuro, como o envelhecimento da população, a digitalização e a ameaça de potenciais pandemias.
O Secretário de Estado da Saúde, Javier Padilla, sublinhou que “quando falamos de investimento na saúde, queremos dizer que todos os recursos afetados a esta área devem estar centrados na geração de um benefício que se projeta para o futuro e para os outros”. “É por isso que a utilização do termo investimento em vez de despesa tem um significado especial, uma vez que implica uma visão a longo prazo orientada para o bem-estar coletivo”, afirmou.
Uma abordagem que se alinha com as reflexões do relatório Draghi e da Estratégia da Indústria Farmacêutica 2024-2028, que destacam que o setor farmacêutico é essencial não só para a saúde e qualidade de vida das pessoas, mas também como motor das economias mais importantes do mundo.
De acordo com o relatório “O Valor dos Medicamentos numa Perspetiva Social”, elaborado pela Fundação Weber e pela Farmaindustria, 73% do aumento da esperança de vida pode ser atribuído à chegada de novos medicamentos.
Com uma esperança de vida de 84 anos, a Espanha é um dos países mais longevos e com maior qualidade de vida do mundo, um feito possível graças a um sistema de previdência social robusto e a um ecossistema de inovação no domínio da saúde.
Por seu lado, a Diretora de Assuntos Corporativos e Acesso ao Mercado da AstraZeneca, Marta Moreno, explicou que “a sustentabilidade do sistema de saúde exige a promoção de um ambiente competitivo em que o investimento na inovação seja visto como uma alavanca para o progresso social e económico”.
“Temos de evoluir para um modelo baseado na prevenção e no bem-estar, em vez de um modelo centrado exclusivamente no tratamento de doenças. Na AstraZeneca, estamos empenhados em continuar a ser uma parte ativa desta transformação, promovendo a colaboração público-privada para reforçar a liderança científica de Espanha, acelerar a chegada de tratamentos que mudam a vida e desenvolver fórmulas que garantam um acesso equitativo”, afirmou.
Durante o debate, foram discutidas políticas e modelos de financiamento inovadores, como as parcerias público-privadas, os mecanismos de incentivo ou o pagamento por resultados, que visam facilitar o acesso a tratamentos avançados e otimizar a atribuição de recursos.
Foram também explorados exemplos inspiradores de outros setores, como o setor automóvel e o setor da energia, e casos de outros países, como a Suécia e a Dinamarca, cujo investimento na saúde per capita é dos mais elevados da Europa.
Raquel Yotti, comissária do Perte de Saúde de Vanguarda do Ministério da Ciência, Inovação e Universidades, afirmou que “o Perte é uma grande estratégia nacional promovida pelo governo espanhol desde 2021 com o objetivo de melhorar a nossa capacidade de proteger a saúde dos cidadãos e, simultaneamente, gerar oportunidades de crescimento económico, emprego de qualidade e tecido industrial”.
Yotti afirmou ainda que “todos os investimentos e reformas que estamos a realizar estão relacionados com o poder transformador da inovação, que é concebida como um elemento central e transversal que deve modernizar e conectar as administrações, o sistema de saúde, a indústria que desenvolve e fabrica medicamentos, dispositivos médicos e tecnologia, empresas de serviços, parceiros tecnológicos que impulsionam a digitalização e a inteligência artificial, centros de investigação, sociedades científicas e profissionais e, claro, cidadãos e pacientes que são os destinatários finais de todos os avanços”.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Os peritos apelam a uma estratégia que considere o investimento na saúde como uma alavanca para o progresso social e económico
{{ noCommentsLabel }}