BCE corta 25 pontos nos juros e diz que política está “menos restritiva”
O banco central da zona euro voltou a cortar taxas de juro em 25 pontos base. Christine Lagarde salienta que política monetária está a ficar "significativamente menos restritiva".
O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) voltou esta quinta-feira a cortar as taxas de referência em 25 pontos base, numa decisão que era antecipada pelos investidores e analistas. Trata-se da quinta vez consecutiva (e a sexta em sete reuniões) que a autoridade da política monetária corta o custo do euro.
Com esta decisão, anunciada pelo Conselho do BCE em Frankfurt, na Alemanha, a taxa de juro da facilidade permanente de depósito baixa para 2,50%.
A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e a taxa de juro da facilidade permanente de cedência marginal de liquidez fixam-se em 2.65% e 2,90%, respetivamente. As novas taxas entrarão em vigor a 12 de março, adiantou.
“A política monetária está a tornar-se significativamente menos restritiva, uma vez que os cortes nas taxas de juro estão a tornar os novos empréstimos menos dispendiosos para as empresas e as famílias e o crescimento dos empréstimos está a aumentar”, explicou, em comunicado.
Vários analistas haviam salientado a possibilidade de o BCE alterar a linguagem do comunicado face à de janeiro, que ainda classificava a política monetária como “permanecendo restritiva”. A alteração, segundo os analistas, deve significar que mais cortes nas taxas podem estar a caminho, dado que o banco central há muito que declarou que as restrições já não são necessárias, enquanto a inflação, de 2,4% no mês passado, está a regressar com segurança ao seu objetivo de 2% este ano.
“Incerteza comercial” obriga a cortes nas projeções de crescimento
O BCE sublinhou que esse processo de desinflação “está bem encaminhado”.
“A inflação continuou a evoluir, em geral, como os especialistas esperavam, e as últimas projeções estão estreitamente alinhadas com as anteriores perspetivas de inflação, disse, informando que o staff do BCE considera agora que a inflação global se situará, em média, em 2,3% em 2025, 1,9% em 2026 e 2,0% em 2027.
A revisão em alta da inflação global para 2025 “reflete uma dinâmica mais forte dos preços dos produtos energéticos”. Relativamente à inflação excluindo produtos energéticos e alimentares, os economistas do banco projetam uma média de 2,2% em 2025, 2,0% em 2026 e 1,9% em 2027.
A instituição liderada por Lagarde reconheceu que a economia enfrenta desafios contínuos e os economistas voltaram a reduzir as suas projeções de crescimento – para 0,9% em 2025, 1,2% em 2026 e 1,3% em 2027.
“As revisões em baixa para 2025 e 2026 refletem exportações mais baixas e a atual fraqueza do investimento, em parte devido à elevada incerteza da política comercial, bem como à incerteza política mais geral”, explicou.
Por outro lado, o aumento dos rendimentos reais e o desvanecimento gradual dos efeitos de anteriores subidas das taxas continuam a ser os principais fatores subjacentes à esperada recuperação da procura ao longo do tempo, concluiu.
(Notícia atualizada às 13h36)
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