PME recorrem menos ao crédito bancário e apostam em financiamento alternativo
O financiamento das PME está em transformação, com a digitalização e o ESG a liderarem o caminho, enquanto o crédito bancário perde terreno nas finanças no tecido empresarial nacional.
O peso do crédito bancário no financiamento das Pequenas e Médias Empresas (PME) em Portugal caiu para metade nos últimos 15 anos, descendo de 25% em 2009 para 12% em junho de 2024, segundo dados da consultora Five Credit.
Esta dinâmica reflete uma mudança estrutural na forma como as PME financiam os seus ativos, com o capital próprio e as soluções de financiamento alternativo a ganharem maior relevância. O montante total de empréstimos bancários às PME representava, no final de 2024, cerca de 80% do crédito concedido pelo setor financeiro às empresas.
“O financiamento a PME através de instrumentos alternativos ganhou espaço, em parte impulsionado pela necessidade de diversificação de fontes de financiamento após a crise económica de 2008”, refere a consultora em comunicado.
O crescimento do financiamento alternativo tem sido promovido por instrumentos como fundos de crédito, plataformas digitais e capital de risco. Estas soluções têm permitido às PME diversificar as suas fontes de financiamento e contornar as barreiras associadas ao crédito bancário tradicional.
As PME continuam a ser o pilar da economia portuguesa, representando 99,9% do tecido empresarial, 77,1% dos empregos e 59,5% do valor acrescentado bruto.
Em Portugal, o primeiro fundo exclusivamente dedicado ao financiamento das PME — o Five Credit da Circle Capital, que foi lançado em julho do ano passado — já possibilita acesso a capital em poucos dias por processos digitais. Paralelamente, o capital de risco registou um aumento de 29% em 2023, com investimentos direcionados para setores estratégicos como tecnologia e turismo.
A análise da Five Credit destaca ainda cinco tendências que moldarão o financiamento das PME em 2025: refinanciamento das linhas COVID-19, expansão dos fundos de crédito, maior utilização do capital de risco, digitalização dos processos financeiros e um foco crescente nos critérios ESG (ambientais, sociais e de governança).
Estas dinâmicas refletem a adaptação das empresas às exigências do mercado e aos avanços tecnológicos. Por exemplo, até 2030, prevê-se que 90% das PME atinjam um nível básico de digitalização.
As PME continuam a ser o pilar da economia portuguesa, representando 99,9% do tecido empresarial, 77,1% dos empregos e 59,5% do valor acrescentado bruto. Em 2023, o número de empresas com crescimento superior a 10% ao longo de três anos aumentou 23,2%, reforçando a importância destas organizações no desenvolvimento económico.
Contudo, o desafio passa por garantir que as novas soluções financeiras sejam acessíveis e eficazes para apoiar o seu crescimento sustentável.
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