Quais os próximos passos até à eleição de um novo Papa?
Após a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica entra num período de interregno até à eleição de um novo pontífice, que deverá ocorrer dentro de 15 a 20 dias.
Com a morte do Papa Francisco, anunciada esta segunda-feira pelo Vaticano, a Igreja Católica Romana vai iniciar uma série de rituais que marcam o fim de um papado e conduzem ao início do seguinte.
Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, adiantou que o protocolo a seguir será definido e divulgado amanhã, dia 22 de abril, após a primeira reunião da Congregação dos Cardeais, mas que o corpo do Papa deverá ser transferido para a Basílica de São Pedro na manhã de quarta-feira.
As exéquias fúnebres do Papa Francisco vão ser celebradas durante nove dias consecutivos e a sepultura deve ter lugar, “salvo razões especiais, entre o quarto e o sexto dia após a morte”, segundo o Vaticano. A missa fúnebre terá lugar na Praça de São Pedro. Embora ainda não sejam conhecidos pormenores da cerimónia, são conhecidos alguns pedidos do pontífice.
Um deles é que o seu corpo não seja colocado num estrado elevado, conhecido como catafalco, no meio da Basílica de São Pedro para ser visto pelo público. Em vez disso, o caixão terá apenas a tampa retirada no momento do velório.
Francisco optou também para ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e não na cripta da Basílica de São Pedro. Além disso, pediu para ser enterrado num simples caixão de madeira – ao contrário dos seus antecessores, que foram enterrados nos tradicionais caixões de três ninhos feitos de cipreste, chumbo e carvalho.
Para já, a Igreja Católica entra num período de transição conhecido como “Interregno Papal” ou “Sede vacante” (ou “Sé vacante”), durante o qual o Colégio dos Cardeais assume a gestão dos assuntos quotidianos, mas com poderes limitados até à eleição de um novo pontífice.
Um cardeal sénior, referido como “camerlengo”, assume a liderança desta espécie de “Governo de transição” da Igreja. Atualmente, o cargo é ocupado pelo irlandês-americano Kevin Farrell, nomeado para o cargo por Francisco em fevereiro de 2019. É, simultaneamente, um dos poucos altos funcionários da hierarquia da Igreja a permanecer no cargo, enquanto quase todos os outros são obrigados a demitir-se após a morte do Papa.
Entre as funções do camerlengo, que é o responsável pela administração dos bens e do Tesouro do Vaticano, está a organização do Conclave, a assembleia que reúne os cardeais que vão eleger o próximo Papa.
O Conclave reúne-se cerca de 15 a 20 dias após a morte do Papa na Capela Sistina, na Cidade do Vaticano, para eleger o novo pontífice por voto secreto. Ao todo, deverão ser 138 os cardeais aptos a participar na eleição.
Durante o período de votação, os cardeais estão impedidos de usar telefones, ler jornais ou conversar com pessoas externas ao Vaticano, de modo a evitar que a escolha seja influenciada.
A votação tem lugar num máximo de quatro rondas por dia até que um nome obtenha dois terços dos votos. Se não houver uma decisão após 33 rondas de votação, os dois candidatos mais votados na última ronda enfrentam-se numa segunda volta.
Os boletins de voto são queimados e, por cada votação falhada, é libertado fumo negro da Capela Sistina. Quando o próximo Papa é eleito com sucesso, sai fumo branco da Capela.
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