Mariana Vieira da Silva admite que travou candidatura para não prejudicar o PS nas autárquicas
Ex-ministra e atual deputada socialista volta a defender que as eleições internas no PS deviam ser após as autárquicas, mas não se candidata à liderança porque “dividir o partido não seria correto”.
Mariana Vieira da Silva reitera que as eleições internas no PS, às quais apenas concorre José Luís Carneiro, deviam ter sido agendadas para depois das autárquicas. Em entrevista ao podcast “Política com Assinatura”, da Antena 1, a ex-ministra da Presidência do Governo de António Costa justifica que não avança com uma candidatura à liderança porque “dividir o partido não seria correto”. “Dividiria o partido de uma forma que neste momento não é útil”, considera a atual deputada, para quem seria exequível manter Carlos César como líder até às autárquicas, até porque “ninguém queria uma disputa eleitoral a tão pouco tempo” dessas eleições. Não obstante, deixa uma crítica: “Como é possível antes de fazer a reflexão, escolhermos o líder?”
Sobre os resultados dos socialistas nas legislativas de 18 de maio, Mariana Vieira da Silva afirma que o PS perdeu eleitores porque não conseguiu resolver duas questões: habitação e imigração. Na habitação, em particular, acredita ser possível “entendimentos fortes com a Aliança Democrática”. Contudo, recusa responsabilizar Pedro Nuno Santos pela forte derrota nas urnas e critica quem dentro do partido “aponta o dedo a um protagonista”, pensando que assim resolve os problemas. “Está errado”, atira, rejeitando também a ideia de que o PS “atirou o PSD para os braços do Chega”.
Na entrevista, a antiga governante defende ainda que nenhum partido deve dizer que aprova um orçamento sem saber o que está lá escrito. “O PS não deve dizer que aprova já xis orçamentos“, aponta. A deputada socialista culpa o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, por considerar “que quando um Orçamento do Estado não era aprovado isso significava, por si só, a queda de um Governo”. Mas Mariana Vieira da Silva deixa um recado: “Se [o PSD] decidir fazer a revisão constitucional à margem do PS, teria o direito de exigir que o PS viabilizasse orçamento após orçamento nos próximos anos?“.
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