Adeus, Sogevinus. Dono do Abanca dá nome da família ao grupo de vinho Kopke no Douro

Juan Carlos Escotet muda identidade corporativa do negócio de vinhos do Porto e Douro. Associar o nome da família ao novo Kopke Group by Escotet Family Estates é “um ato de compromisso com Portugal".

Desde 2014 nas mãos do multimilionário Juan Carlos Escotet, dono do grupo Banesco que comprou a Caixa Galicia e deu origem ao Abanca, a Sogevinus é a herança da aventura vitivinícola iniciada em 1998 pela caja galega ao entrar na Cálem, a que se seguiram já neste século as compras da Burmester ao grupo Amorim ou da empresa que detinha a Kopke.

Depois de passar por um plano de reestruturação na década passada, acaba de inaugurar um hotel de 50 milhões de euros em Vila Nova de Gaia (Kopke Tivoli Porto Gaia Hotel) e vai também mudar o nome e imagem corporativa. Ao fim de quase três décadas de atividade no setor dos vinhos, a Sogevinus é alvo de um rebranding e passa a chamar-se Kopke Group by Escotet Family Estates.

Por um lado, explica a empresa sediada em Vila Nova de Gaia, a alteração “tira partido” daquela que é a sua marca de vinhos do Porto mais antiga, a que mais exporta e com a qual batizou o novo hotel de cinco estrelas, que resultou da reabilitação das antigas caves de vinho do Porto. As restantes marcas que compõem o portefólio – Burmester, Cálem, Barros, Velhotes, Quintas de São Luiz e Quinta da Boavista – mantêm-se no mercado, mas passam a estar agregadas sob a chancela do Kopke Group.

Associar o nosso nome a este projeto é um ato de compromisso com Portugal, com esta região única e com o futuro de um setor com enorme potencial. Queremos contribuir para que o Douro continue a ser uma referência mundial na produção de vinhos de excelência.

Juan Carlos Escotet

Presidente do conselho de administração do Kopke Group e do Abanca

Por outro lado, a integração do nome Escotet pretende “refletir o envolvimento direto da família, bem como a sua visão de futuro: construir um grupo de referência internacional a partir do Douro”. Em comunicado, o grupo liderado por Pedro Braga acrescenta que “é o assumir de um importante compromisso para com os vinhos do Porto e os vinhos do Douro, e do investimento da família em Portugal e no setor dos vinhos”.

“A nossa família sente uma profunda admiração pelo Douro – pela sua história, beleza e importância cultural. Associar o nosso nome a este projeto é um ato de compromisso com Portugal, com esta região única e com o futuro de um setor com enorme potencial. Queremos contribuir para que o Douro continue a ser uma referência mundial na produção de vinhos de excelência”, aponta Juan Carlos Escotet, presidente do conselho de administração do Kopke Group e do Abanca, que com a ajuda do Eurobic alcançou lucros recorde de 1,2 mil milhões em 2024.

Em entrevista ao ECO, publicado em dezembro do ano passado, o diretor-geral Pedro Braga negou ter “mais facilidades” e a “torneira do dinheiro aberta” pelo facto de o grupo ser detido por uma instituição financeira. Pelo contrário, assinalou o gestor, “não há benesse” por parte do Abanca e o acionista é “tão ou mais exigente [com este negócio dos vinhos] do que com qualquer cliente”.

Com vendas em mais de 60 países, com destaque para os Países Baixos, Dinamarca, EUA, Reino Unido, Coreia do Sul, França e Canadá, o grupo emprega mais de 200 pessoas em Portugal e faturou 48 milhões de euros em 2024, 2% acima do ano anterior. Ainda antes do hotel na zona ribeirinha de Gaia, o enoturismo já representava 25% do total, beneficiando, por exemplo, de ter a cave de vinho do Porto (Cálem) mais popular, que recebe cerca de 350 mil visitantes anuais.

Segundo números oficiais, o grupo produz uma média anual superior a 9,5 milhões de garrafas (8,5 milhões de Porto e 1 milhão de DOC Douro) e detém cerca 250 hectares de vinha distribuída por quatro propriedades no Douro: Quinta de S. Luiz, Quinta do Arnozelo, Quinta do Bairro e Quinta da Boavista. O diretor-geral assumiu ao ECO que está “atento” a possíveis aquisições nesta região demarcada, onde “existe alguma oferta, mas ainda bastante valorizada”.

“Honrar e Desafiar” passa a ser o lema que traduz o posicionamento do grupo concorrente da Symington ou da gigante Sogrape, e torna-se na assinatura de marca. A agência responsável pela nova imagem foi a Wonde\Why, que já assinou outras transformações corporativas como a do Grupo Bensaude ou a do Super Bock Group.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Adeus, Sogevinus. Dono do Abanca dá nome da família ao grupo de vinho Kopke no Douro

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião