Novo dono do Novobanco afasta despedimentos. “Não é uma transação de sinergia de custos”, garante CEO
Nicolas Namias, CEO do BPCE deu a cara logo após o anúncio da compra do Novobanco. Sublinhou que é uma transação "amigável" e não uma sinergias de custos. Marca e CEO são para manter, informou.
O Groupe BPCE, que esta sexta-feira anunciou a compra do Novobanco por 6,4 mil milhões de euros, afastou a possibilidade de avançar com um programa de despedimentos no banco português, assegurou esta sexta-feira Nicolas Namias, CEO do grupo financeiro francês.
“Não”, respondeu Nicolas Namias, em teleconferência com jornalistas, quando questionado sobre eventuais despedimentos. “Ao contrário de muitas outras, esta transação não é sobre sinergias de custos”, acrescentou o gestor.
“Sejamos claros, o BPCE conta hoje com 3.000 pessoas em Portugal. Mas elas trabalham para todo o grupo, não é um banco português, por isso não temos hoje sinergias de custos entre o que temos em Portugal e o Novobanco”, afirmou o CEO. “Portanto, não se trata de um projeto baseado em sinergias de custos e cortes de postos de trabalho, sou muito claro quanto a isso”
Marca e gestão são para manter
Sobre a marca Novobanco, Namias vincou que “não [tem] absolutamente nenhuma intenção de mudar isso, não está de forma alguma na agenda de hoje”, adiantando que “é uma marca que existe há 10 anos e não [tem] planos de mudá-la”. “Isso está muito claro”, completou.
A equipa de gestão do banco, liderada por Mark Bourke, também deverá ter continuidade. sinalizou Namias. “O Novobanco, sejamos claros, tornou-se um dos bancos mais rentáveis da Europa, tem um rácio custo/rendimento de 33%, portanto, a administração fez um excelente trabalho e, claro, vou contar com o seu compromisso para connosco”, resumiu.
Questionado novamente sobre se isso significa a manutenção do CEO, respondeu: “Considero que a gestão de Mark Bourke, que foi primeiro diretor financeiro e depois diretor executivo, fez um excelente trabalho, por isso, penso que Mark continuará a trabalhar connosco, com o Novobanco e com o Groupe BPCE“.
Crescimento, mas sem aquisições
Na apresentação com a qual lançou a conferência de imprensa, Nicolas Namias referiu várias vezes que a aposta do Groupe BPCE é de fazer crescer o Novobanco. Questionado pelo ECO sobre a estratégia para esse crescimento num mercado já maduro, porventura por via de mais aquisições, o CEO rejeitou essa opção.
“As aquisições não estão na agenda”, afirmou “Considero que este é um projeto de crescimento, porque quando se faz uma aquisição, muitas vezes é uma operação que cria valor com sinergias de custos e este não é de todo o caso do BPCE, porque não temos outro banco em Portugal”.
“Pelo contrário, estou a investir para desenvolver o Novobanco. Os recursos da BPCE são vastos, pelo que o Novobanco contará com uma base de capital muito grande e além disso, o que temos com o BPCE e que o Novobanco não tinha, por si só, é uma gama completa de conhecimentos especializados”, vincou.
Explicou ainda que o BPCE tem conhecimentos especializados para empresas, em leasing ou factoring, para particulares em financiamento ao consumo, em gestão de ativos, em banca de investimento. “Todos estes conhecimentos especializados serão incorporados no Novobanco”.
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