Greve dos trabalhadores faz com que revista Caras não chegue as bancas
A revista Caras é o primeiro título do grupo dono da Visão a não chegar às bancas, devido à greve iniciada pelos trabalhadores na semana passada por falta de pagamento de salários.
A revista Caras não chegou às bancas esta quarta-feira. É o primeiro título da Trust in News (TiN), que detém outros títulos como a Visão ou a Exame, a repercutir os efeitos da greve dos trabalhadores iniciada na semana passada.
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas (SJ), a uma semana de ter de pagar os salários de junho, a administração ainda não transferiu 75% dos vencimentos de maio, para além de ter em dívida subsídios de refeição e de férias.
O SJ afirmou ainda que a TiN tem exigido um esforço injusto às redações, que há um ano e meio tentam manter vivas várias revistas, apesar da “sangria contínua de profissionais e da instabilidade financeira a que tem sido votado quem fica”, no decurso de um longo processo de insolvência.
As redações em greve exigem um plano realista para a sustentabilidade da TiN, e a injeção de capital pelo sócio único Luís Delgado para a estabilização das contas.
Os trabalhadores da TiN iniciaram na sexta-feira uma greve por tempo indeterminado devido aos salários e subsídios em atraso. Reunidos em plenário, a 30 de maio, os trabalhadores já tinham aprovado recorrer à greve, caso não recebessem o salário e subsídio de refeição de maio e os 20% que ainda não tinham recebido referentes ao mês de abril. Embora os 20% do vencimento de abril e 25% do ordenado de maio já tenham sido liquidados, mantém-se em dívida 75% do vencimento de maio, o subsídio de alimentação e o subsídio de férias.
A greve dos trabalhadores conta com uma adesão a rondar os 80%, segundo o sindicato na segunda-feira, que garantiu também que a paralisação irá manter-se até ao pagamento dos salários em falta.
O SJ ressalvou também que administração da TiN insiste em “não apresentar respostas” e que com a aproximação do final do mês de junho ainda “só processou um quarto dos ordenados de maio”.
O plano de recuperação da empresa, apresentado por Luís Delgado e aprovado por 77% dos credores em maio, prevê a injeção de até 1,5 milhões de euros pelo acionista único. Segundo o documento, a TiN propôs aos credores um “compromisso de aporte de até 1,5 milhões de euros, faseadamente, e em função das necessidades da empresa para reforçar a tesouraria”, por parte do acionista único.
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