Medina, Cristas e a amiga de Vale e Azevedo
Está perto de começar a guerra a sério por Lisboa. PS, CDS, BE e PCP já têm rosto, PSD espera, e desespera, pela confirmação do desastre.
Fernando Medina vai ser eleito pela primeira vez Presidente da Câmara de Lisboa. Não tenho dúvidas do resultado da eleição, a única incerteza é se será por maioria absoluta, mas não será impossível que isso aconteça.
Medina tem tido vários factores a seu favor. Oposição não existe, valha a verdade que se diga que se não fossem o João Gonçalves Pereira e o Diogo Moura (ambos do CDS) não haveria nenhuma contestação ao que tem sido feito na cidade. O PSD tem sido ridiculamente inexistente, os partidos de esquerda e movimentos de cidadãos estão silenciosamente metidos no bolso e depois há muito dinheiro.
Para lá de Lisboa estar na moda, meritório trabalho da Associação de Turismo de Lisboa e não esqueço isso, nunca a edilidade, bem como uma série de suas associadas, teve tanta disponibilidade financeira para realizar benfeitorias como nos dias de hoje. Como lisboeta e conhecedor da minha terra, e também das geografias eleitorais da mesma, tenho de dizer que há obras magníficas e que qualquer pessoa de bem aprovará. Há trabalho para mostrar, mas também há opções para criticar.
Sobretudo ao nível da mobilidade e do trânsito onde, em diversas zonas de Lisboa, a qualquer minuto, é hora de ponta. Tornou-se uma verdadeira via sacra circular na cidade e os transportes públicos, nomeadamente o Metro, estão com um nível de serviço baixíssimo e que suscita queixas diárias dos seus utentes.
O CDS terá o seu melhor resultado de sempre. Recorde-se que Paulo Portas obteve 7,5 por cento e Maria José Nogueira Pinto, 5,9. Auguro para Assunção Cristas, apesar das críticas actuais por causa do caso Paulo Núncio, um resultado claro acima dos dois dígitos. A dúvida será se ela consegue ultrapassar o resultado do PSD, o que seria histórico e uma hecatombe política para os sociais-democratas.
E, nas sondagens internas do PSD das quais tenho conhecimento, Cristas bate todos os candidatos laranjas, sova barbaramente Marques Mendes, derrota Morais Sarmento e mais uma série de candidatos testados pelo PSD em privado. Cristas é um soberbo produto de comunicação política, há arestas para limar, mas tem uma empatia com as pessoas (como tive ocasião de ver esta semana) e já uma notoriedade que a transformam numa superlativa “campaigner”. O que lhe falta? Duas ou três bandeiras para Lisboa que ocupem a arena mediática, provoquem discussão e causem afirmação.
Sobre o PSD em Lisboa, a melhor palavra para o descrever é apenas uma: caos. Já poucos se lembram que, há quatro anos, o candidato era Fernando Seara. E ninguém se lembra porque ele desapareceu. Para lá de um programa na BTV e uns artigos que ninguém lê na Bola, nunca se ouviu a sua voz sobre a cidade. Ora, isto tem apenas um nome: fraude, pois os eleitores que nele votaram têm todo o direito de se sentirem lesados no seu voto.
Agora, rezam as últimas notícias, Passos Coelho que guardou para si a escolha do candidato a apresentar parece que vai tirar da cartola Teresa Leal Coelho. E isso é o convite ao desastre. Como vereadora tem sido medíocre, reconhecimento nulo e simpatia abaixo de zero. Sobra apenas para ela o estatuto de amiga e ex-membro da direcção de Vale e Azevedo, com quem trabalhou sem nunca se aperceber do vigarista que tinha a seu lado. Se é isto que o PSD tem para Lisboa, paz à sua alma.
Nota: Por decisão pessoal, o autor não escreve de acordo com o novo acordo ortográfico.
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