Falência de empresas cai pelo terceiro ano consecutivo

  • Mariana Marques Tiago
  • 17 Fevereiro 2023

No ano passado, 1.598 empresas declararam falência, menos 62,4% face a 2015. É o terceiro ano consecutivo com uma redução deste número. Apenas dez empresas do setor financeiro declararam insolvência.

Os tribunais de primeira instância declararam a falência ou insolvência de 1.598 sociedades no ano passado. Face a 2015, um intervalo de sete anos, o número traduz-se numa redução de 62,4% e 2022 foi o terceiro ano consecutivo em que menos empresas entraram em falência. Os dados foram esta sexta-feira avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Falências decretadas entre 2015 e 2022

Do período em análise, 2015 destaca-se como o pior: 4.245 empresas entraram em falência ou insolvência, número que veio a diminuir até 2020, ano em que se registou novo aumento no contexto da pandemia.INE

Em 2020, no primeiro ano onde se sentiu o maior impacto da pandemia por Covid-19 na economia das empresas portuguesas, 2.183 sociedades decretaram falência (um aumento de 48 empresas face a 2019). No entanto, um dos sinais que pode mostrar que a saúde das empresas tem vindo a melhorar é a queda que este número tem registado nos últimos três anos.

De acordo com o instituto, cerca de 50% das sociedades que declararam falência no período em análise tinham idades compreendidas entre os seis e os 19 anos, tendo esta proporção vindo a diminuir.

Insolvências declaradas em 2022 por setor

Entre 2015 e 2022, houve um decréscimo no número de insolvências decretadas na generalidade dos setores de atividade económica. No entanto, a exceção é o setor da Agricultura e Pescas, onde se registou um aumento de 51,4% de insolvências.

No último ano, o setor que registou um maior número de falências foi o do Comércio (386), seguindo-se a Indústria e Energia (321). Estes dois concentraram 44,3% do total de insolvências decretadas em 2022, adianta o INE. Por oposição, apenas 10 empresas do setor das Atividades Financeiras decretaram falência, o menos número registado.

Segundo os dados, a distribuição das falências por setor apresentou alterações ao longo destes sete anos: houve uma diminuição do peso do Comércio e Construção (-4,8 pontos percentuais e -4,5 pontos percentuais, respetivamente) e o aumento da importância dos setores do Alojamento e Restauração, Indústria e Energia e Agricultura e Pescas (respetivamente +3,7 pontos percentuais, +2,8 pontos percentuais e +2,6 pontos percentuais).

Norte, AML e Centro concentram cerca de 88% das insolvências de 2022

Já por região, o Norte e a Área Metropolitana de Lisboa (AML) destacam-se por registarem o maior decréscimo de insolvências em termos absolutos. Entre 2015 e 2022, na região Norte menos 1.049 empresas declaram falência (uma diminuição de 59,9%). No mesmo período, na AML menos 790 empresas passaram pela mesma situação (um decréscimo de 66,7%).

Apesar destas diminuições, 87,7% do total de insolvências decretadas no último ano registaram-se nas duas regiões já apontadas, às quais se juntou o Centro.

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