Novo líder do PAN eleito este fim de semana em Matosinhos
O IX Congresso do PAN decorre este sábado, em Matosinhos, para eleger uma nova liderança a que concorrem a atual porta-voz, Inês de Sousa Real, e o antigo dirigente Nelson Silva.
A atual porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês de Sousa Real, e o antigo dirigente Nelson Silva vão este sábado a eleições, no IX Congresso do partido em Matosinhos.
A reunião vai decorrer na Escola Básica de Matosinhos, no distrito do Porto, e tem início marcado para as 08h30. Em foco vai estar a eleição da nova Comissão Política Nacional e do líder do PAN, discussão e votação de três propostas de alteração aos estatutos, e ainda a discussão de 15 moções setoriais. O PAN vai também definir a orientação e estratégia política para os próximos anos.
As propostas de alteração aos estatutos são subscritas pelas duas listas candidatas à direção e também por um grupo de filiados que propõe a criação de uma “juventude PAN”.
De acordo com a informação transmitida à agência Lusa por fonte oficial do partido, participam no IX Congresso do PAN 136 delegados, todos eleitos em lista pelas assembleias regionais e distritais.
Neste congresso há dois candidatos à liderança. Inês de Sousa Real — deputada única e porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza há dois anos — recandidata-se ao cargo e vai enfrentar o antigo dirigente Nelson Silva, que conta com o apoio da corrente interna de opinião “Mais PAN, Agir para Renovar”. O ex-deputado integrou a direção de Inês de Sousa Real até fevereiro do ano passado, quando se demitiu, juntamente com outros, alegando “asfixia democrática interna”.
Garantir que o PAN é o partido ambientalista de referência em Portugal” e que “não se afasta da sua génese política, a proteção animal como eixo prioritário.
Os estatutos em vigor estipulam que o porta-voz do PAN é a pessoa que está em primeiro lugar na lista mais votada (por voto secreto) para a Comissão Política Nacional.
Na sua moção global de estratégia “Pelas causas que nos unem”, a atual líder reconhece que o mandato foi marcado por momentos atribulados, tanto a nível interno, com “falta de estabilidade“, como pelo que foi acontecendo no país e no mundo. Inês de Sousa Real enuncia a guerra na Ucrânia e diz que os últimos resultados eleitorais “não foram os desejados“, advertindo que “há muito trabalho para realizar pelas causas PAN“.
Inês de Sousa Real conta, na sua recandidatura à Comissão Política Nacional, com pessoas “com experiência e de continuidade do trabalho que se pretende levar a cabo, mas também uma lista renovada com pessoas que trazem mais-valias“.
Preparar estrategicamente o partido para recuperar o eleitorado perdido em 2022.
Entre alguns dos objetivos principais para o próximo mandato, a atual porta-voz assume quer “garantir que o PAN é o partido ambientalista de referência em Portugal” e que “não se afasta da sua génese política, a proteção animal como eixo prioritário“. Assim como a adesão ao partido político europeu dos ‘European Greens’, e a nível eleitoral “recuperar os votos que já foram do PAN e que migraram para outros partidos” bem como “trabalhar para captar as pessoas que têm um voto ao centro”.
Já Nelson Silva aponta que o PAN vive “a maior crise da sua, ainda curta, história”, com dois “desaires eleitorais”, nas últimas autárquicas e legislativas. O candidato elege como “missão primordial” do mandato até 2025 preparar o PAN para a “recuperação eleitoral“. Estabelece como objetivos “preparar estrategicamente o partido para recuperar o eleitorado perdido em 2022“, bem como voltar eleger deputados na Assembleia Regional da Madeira e no Parlamento Europeu.
Na sua moção global de estratégia, Nelson Silva assinala ainda a necessidade de passar aos portugueses a “imagem de um partido exigente para com o Governo, nomeadamente na negociação do Orçamento do Estado e no recurso às ferramentas de fiscalização política”
No seu mandato, Inês de Sousa Real viu o partido passar de quatro deputados eleitos para um e as últimas alterações aos estatutos rejeitadas pelo Tribunal Constitucional.
A líder foi também alvo de críticas quando foi noticiada na comunicação social a sua ligação a empresas agrícolas de produção de frutos vermelhos e viu o seu mandato contestado. Demitiram-se vários membros da sua comissão política em rota de colisão com a liderança da atual líder, além de pedidos que se demitisse e convocasse um congresso extraordinário, incluindo por parte do seu antecessor no cargo, André Silva.
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