Trabalhadores da Nobre marcam novas greves para 28 de junho e 31 de julho
A decisão de avançar para a greve, a 28 de junho e 31 de julho, foi unânime. Trabalhadores exigem aumento dos salários, diferenciação por categorias profissionais, 25 dias de férias, entre outras.
Os trabalhadores da Nobre Alimentação, em Rio Maior, decidiram esta quinta-feira avançar para mais dois dias de greve, no próximo dia 28 e a 31 de julho, face à ausência de resposta da empresa às suas reivindicações, disse fonte sindical.
Diogo Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas e Tabaco (SINTAB), disse à Lusa que nos dois plenários realizados de manhã, que contaram com a presença de cerca de 300 trabalhadores, a decisão de avançar para a greve foi unânime.
Segundo afirmou, a mesma postura é esperada nos dois plenários marcados para a tarde desta quinta, o primeiro, a partir das 15:00, com os trabalhadores da logística, e o segundo, às 17:00, com os do último turno da parte fabril, sendo que o segundo plenário da manhã contou com a presença da secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP Intersindical), Isabel Camarinha.
Na última greve, realizada em 28 de abril, os trabalhadores aprovaram uma moção dando à empresa um prazo de 30 dias para terem uma resposta às suas reivindicações, declarando-se, já então, determinados a “voltar à luta”, caso não fossem iniciadas negociações. Diogo Lopes disse à Lusa que a administração da Nobre manteve “a mesma postura”, não tendo sequer reunido com os sindicatos.
Os trabalhadores, que fizeram greve, pelos mesmos motivos, em 8 de março de 2017 e, este ano, a 9 de fevereiro e 28 de abril, exigem o aumento dos salários, a diferenciação por categorias profissionais, 25 dias de férias, 35 horas de trabalho semanal, direito ao dia de aniversário e diuturnidades.
No final de maio, os trabalhadores europeus do grupo mexicano Sigma, que detém a Nobre Alimentação, em Portugal, manifestaram “repúdio e indignação” pela postura da administração da empresa instalada em Rio Maior (Santarém), declarando-se solidários com as reivindicações dos trabalhadores portugueses.
“Ao tomar conhecimento de que a empresa Nobre atualizou o subsídio de alimentação em apenas 70 cêntimos nos últimos 14 anos e rejeitou todas as propostas apresentadas no caderno reivindicativo dos trabalhadores, manifestamos o nosso total repúdio e indignação”, afirmava a moção aprovada numa reunião do Comité de Empresa Europeu do Grupo Campofrío, realizada em 29 de maio em Madrid.
Os trabalhadores das empresas do grupo situadas na Europa declararam-se “profundamente preocupados” com a postura da administração da Nobre, salientando que a Sigma, “líder mundial em produtos alimentares”, tem “um compromisso com a justiça e a valorização dos seus trabalhadores em todas as suas operações”. Manifestavam, ainda, “consternação” com o facto de, mesmo depois da greve realizada no passado dia 28 de abril, a empresa continuar sem responder às reivindicações dos trabalhadores.
Questionada pela Lusa aquando da greve de abril, a Nobre Alimentação disse estar “sempre atenta às necessidades” dos “colaboradores e da empresa”, as quais discute com os sindicatos, “de forma positiva e transparente”, em “reuniões frequentes”. “Reiteramos o nosso compromisso de disponibilidade para dar continuidade às reuniões regulares e, juntos, olharmos para o caminho a seguir”, afirmava a empresa.
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