Ministra da Justiça recusa revelar quantas nacionalidades foram atribuídas a israelitas

  • Lusa
  • 26 Outubro 2023

Processo de naturalização conduzido pelo IRN, em consulta com diversas entidades, é ainda muito burocrático e em papel, mas será acelerado até ao final do ano, segundo a governante.

A ministra da Justiça recusou esta quinta-feira detalhar o número de nacionalidades atribuídas com caráter de urgência devido à guerra na Faixa de Gaza, mas referiu que o processo de análise dos pedidos de judeus sefarditas será, na generalidade, acelerado.

Questionada sobre a submissão de pedidos de nacionalidade com caráter de urgência por reféns do conflito na Faixa de Gaza, entre Israel e o movimento islamita Hamas, a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, recusou-se a detalhar números de processos concluídos e nacionalidades atribuídas.

A governante afirmou repetidamente que “a única coisa que o Ministério da Justiça (MJ) pode dizer é que estará sempre do lado dos direitos fundamentais” e que é isso que explica que essa seja a resposta a dar sobre a matéria.

A ministra, que falava na Covilhã à margem do XVII Encontro Anual do Conselho Superior da Magistratura (CSM), referiu ainda que o processo, conduzido pelo Instituto de Registos e Notariado (IRN), mas com consulta a diversas entidades, era ainda muito burocrático, ainda em papel, mas que isso será alterado até ao final do ano, acelerando, na generalidade, a conclusão dos processos de pedido de nacionalidade de descendentes de judeus sefarditas, no âmbito da alteração da lei na nacionalidade que o permite.

“É preciso também não esquecer que houve um aumento exponencial nas entradas deste tipo de processos e que naturalmente o sistema que estava ajustado para outro volume de pedidos”, pelo que sofreu algum atraso quando se concretizou o alargamento da lei da nacionalidade, recordou Catarina Sarmento e Castro.

“O que o Ministério da Justiça vem fazendo e concretizará até ao final deste ano é a digitalização de todo este processo”, disse. Acrescentou ainda que está a ser usada inteligência artificial na instrução dos processos para permitir uma maior celeridade.

“Estas situações, cada uma delas é um caso, cada uma delas tem de ser vista individualmente e o MJ estará sempre, como é seu timbre, do lado dos direitos humanos”, disse a governante.

Segundo noticiou o jornal Público na terça-feira, Ofer Calderon, um israelita feito refém pelo Hamas em conjunto com os seus dois filhos menores, terá já obtido a nacionalidade portuguesa, tendo o advogado José Ribeiro e Castro, que submeteu ao Governo um pedido de urgência por razões humanitárias na análise do seu processo, confirmado à Lusa que a Conservatória dos Registos Centrais tinha emitido a certidão de nascimento, confirmando a dupla nacionalidade do israelita.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Ministra da Justiça recusa revelar quantas nacionalidades foram atribuídas a israelitas

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião