China alivia requisitos de crédito à habitação e reduz entrada de hipotecas para resolver crise imobiliária
A redução da entrada para hipotecas e o limite mínimo das taxas de juro para a primeira e segunda habitação são algumas das medidas anunciadas pelo Banco Popular da China.
Desde a aquisição de projetos residenciais para serem transformados em habitação pública à compra de terrenos a promotores imobiliários em dificuldades, a China anunciou esta sexta-feira uma série de medidas para reavivar o setor imobiliário do país.
O mercado da habitação no gigante asiático está em declínio há vários anos, após Pequim ter adotado medidas contra o endividamento excessivo das construtoras, arrastando consigo um vasto leque de outros setores — como o mobiliário e eletrodomésticos. Muitos projetos encontram-se inacabados.
As medidas anunciadas pelo banco central da China, de acordo com o Financial Times, incluem a flexibilização dos requisitos para o crédito imobiliário, baixando de 20% para 15% o valor mínimo de entrada para os compradores de primeira habitação, enquanto para segundas habitações o valor mínimo será de 25%.
Ao mesmo tempo, serão eliminadas as taxas de juro mínimas para os empréstimos hipotecários, permitindo que as províncias “determinem de forma independente os empréstimos comerciais mínimos para a primeira e segunda habitação em cada cidade sob a sua jurisdição”.
Já a partir de sábado, a taxa de juro para empréstimos de 5 anos para compra de habitação vai ser reduzida em 0,25%, para 2,35%. A taxa para os empréstimos a mais de 5 anos cai também 0,25%, passando para 2,85%.
“Nas cidades com um elevado número de habitações comerciais, o Governo poderá ter de considerar a compra de algumas a preços razoáveis para serem utilizadas como habitação a preços acessíveis”, anunciou o vice-primeiro-ministro, He Lifeng, apontando que vai avançar com “a garantia de entrega de habitação e a absorção da habitação comercial existente”.
As medidas foram anunciadas depois de o Gabinete Nacional de Estatísticas da China ter divulgado números que mostram que os preços da habitação caíram quase 10% desde o início do ano — o que, segundo os analistas, está a pesar no sentimento dos consumidores e a abrandar a recuperação económica da China.
No primeiro trimestre do ano, a construção de novas habitações caiu quase 25% e as vendas, medidas pela área útil, desceram 20%, em termos homólogos. O financiamento de projetos imobiliários caiu 25%.
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