“A próxima medida mais provável será cortar novamente as taxas de juro”, diz Centeno

Mário Centeno revela que o BCE não está comprometido com um número específico de cortes, mas considera que a trajetória aponta claramente para uma redução das taxas de juro.

Mário Centeno voltou a sublinhar que a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) deve ser conduzida com prudência e gradualismo, sublinhando também que antecipa novos cortes das taxas de juro.

“Espero mais alguns cortes de juros este ano”, referiu Mário Centeno numa entrevista concedida a 3 de julho e publicada esta terça-feira na Econostream Media, sublinhando ainda que “a decisão mais provável na próxima reunião [que será realizada a 18 de julho] será cortar novamente as taxas.” A confirmar-se, será o segundo corte do preço do euro seguido, depois de em junho o BCE ter cortado as taxas diretoras pela primeira vez em quase cinco anos.

O governador do Banco de Portugal salientou ainda que “temos mais quatro reuniões este ano, pelo que o número máximo de reduções de taxas está limitado a quatro”, notando que “a dimensão da redução [desses cortes] vai ser discutida, pelo que temos muitas decisões a tomar.”

No entanto, questionado diretamente sobre a reunião de 18 de julho, Centeno destacou que essa reunião “será como todas as outras ” onde se discutirá “a situação económica da Zona Euro”, salvaguardando que “a decisão de cortar ou não as taxas dependerá das informações disponíveis.”

Além disso, o governador do Banco de Portugal reforçou também que a prudência deve ser a palavra de ordem por parte do Conselho do BCE, tanto na política monetária como no comportamento dos agentes económicos. “Não devemos pensar que o processo de redução das taxas de juro significa que podemos relaxar a nossa vigilância” e “o mais importante neste momento é manter a trajetória em mente para que todos saibam a direção a seguir”, afirmou o governador do Banco de Portugal.

Centeno enfatizou também que a política monetária do BCE deve continuar a focar-se na estabilização da inflação em torno dos 2%. “Desde a primeira vez que projetámos a inflação, para 2025, temos mantido previsões em torno dos 2%, 2,2%, 2,1%. A nossa determinação em alcançar a estabilidade de preços é clara. E faremos o que for necessário para atingir este objetivo”, afirmou.

O governador do Banco de Portugal destacou ainda que, embora a inflação esteja a convergir para a meta dos 2%, “é crucial não subestimar a importância de uma abordagem prudente por parte do BCE na gestão desse comportamento”.

Comentando os dados recentes do PMI (índice dos gestores de compras) e do PPI (Índice de Preços no Produtor), Centeno mostrou-se cauteloso. “O PMI foi menos positivo do que o esperado, mas não devemos reagir de forma exagerada. A economia mantém um nível de crescimento relativamente fraco, mas numa perspetiva de aterragem suave”, explicou.

Quanto ao PPI, Centeno alertou para a queda dos preços dos produtores, sublinhando que “a descida dos preços é preocupante, pois o objetivo da política monetária não é trazer a inflação abaixo dos 2%”.

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