Montenegro já falou com Ventura e Rocha sobre viabilização do Orçamento do Estado. “Não há reuniões secretas”, reage S. Bento
Primeiro-ministro recebeu esta segunda-feira líderes do Chega e da Iniciativa Liberal, antes do encontro com o secretário-geral do PS na sexta-feira. Não estão previstas reuniões com outros partidos.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, reuniu-se esta segunda-feira com o líder do Chega, André Ventura, e com o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, sobre a viabilização do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), apurou o ECO. Os encontros não foram publicitados, justifica o gabinete do chefe do Governo, para conferir uma certa “discrição” aos encontros.
No entanto, S. Bento garante que “não há reuniões secretas na Residência Oficial do Primeiro-Ministro”, salienta num comunicado enviado esta segunda-feira às redações. “Há encontros com entidades e personalidades de várias áreas, incluindo líderes políticos, sobre temas de interesse nacional, que ocorrem muitas vezes com discrição e sem a presença da comunicação social”, acrescenta.
Estes encontros acontecem quatro dias antes de Luís Montenegro receber na sexta-feira o líder do maior partido da oposição, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos. Não estão previstas reuniões com outros líderes de partidos com assento parlamentar, sabe o ECO. BE e PCP já se puseram de fora ao anunciar que irão votar contra e os quatro deputados do Livre e a parlamentar única do PAN, cujas posições ainda não estão fechadas, não são determinantes para a viabilização do OE2025.
Assim, o Governo estará focado em reunir com os partidos que podem assegurar que o OE passe, evitando, assim, uma crise política, como tem alertado o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Entretanto, a Iniciativa Liberal (IL) confirmou que “o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, teve uma reunião logo à primeira hora da manhã com o sr. primeiro-ministro, no âmbito da situação política e das negociações do Orçamento do Estado”, revelou ao ECO fonte oficial do partido.
Montenegro só vai receber o líder do PS na próxima sexta-feira, às 15h, o que inverte a ordem de importância dos partidos: os socialistas têm 78 deputados, o Chega 50 e a IL oito. O OE para 2025 pode ser viabilizado ou com a abstenção do PS, caso Chega e IL votem a favor, ou com o voto favorável do Chega, ainda que o PS rejeite a proposta.
Mas o Governo falou primeiro com Chega e IL do que com o PS, porque o gabinete do primeiro-ministro “recuou na marcação da reunião” para a passada quarta-feira, dia 18, “quando o PS exigiu que da mesma fosse dada conhecimento público prévio”, segundo a explicação dos socialistas, numa nota de imprensa enviada este domingo às redações.
“Posteriormente, na passada sexta-feira, os dois gabinetes tentaram encontrar uma data para a reunião, condicionada pela ida do secretário-geral do PS aos territórios afetados pelos incêndios nos dias 23 e 24 de setembro e pela viagem do primeiro-ministro. O PS propôs a data de 27 de setembro na passada sexta-feira, tendo o Governo aceitado a data e proposto o horário das 15 horas, que o PS aceitou”, de acordo com o mesmo comunicado.
O PS sentiu necessidade de prestar estes esclarecimentos, depois de S. Bento ter libertado uma nota de imprensa, este domingo, na qual garante que “o primeiro-ministro está, desde 4 de setembro, a tentar marcar uma reunião com o secretário-geral do Partido Socialista”. “Porém, até agora isso não aconteceu devido à indisponibilidade recorrente do secretário-geral do Partido Socialista”, sublinha o mesmo comunicado.
Luís Montenegro confirma que “chegou a estar agendada” uma reunião “para o passado dia 18, tendo o primeiro-ministro reiterado disponibilidade para manter a reunião, não obstante ter cancelado todos os outros compromissos na agenda durante esta semana, devido ao foco necessário para acompanhar a situação dos incêndios”. “No entanto, o secretário-geral do Partido Socialista desmarcou essa reunião”, lê-se na mesma missiva.
(Notícia atualizada às 15h57)
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