Grupo Nors acaba com 17 marcas e reorganiza negócio em cinco áreas

Antiga Auto Sueco substitui as 17 marcas das empresas que detém em sete países. Operações são reorganizadas em cinco segmentos: Trucks and Buses, Construction Equipment, Agro, Aftermarket e Ventures.

Com negócios que vão dos equipamentos de construção aos veículos pesados (camiões ou autocarros), passando pelas máquinas agrícolas e industriais até ao comércio de automóveis, o grupo Nors decidiu substituir as 17 marcas de todas as empresas que tem espalhadas por sete países em três continentes.

Adotada em 2013 na “dimensão institucional”, a marca Nors assume agora uma vertente comercial e substituirá as marcas Auto Sueco Portugal, Galius, Civiparts, AS Parts, Onedrive, Nors Centro Oeste, Agrofito, Agronew, Auto Maquinaria, Auto Sueco São Paulo, Kinlai, Auto Sueco Angola, Auto Sueco Botswana, Auto Sueco Moçambique, Auto Sueco Namíbia, GreatWest, StrongCo.

Por outro lado, a histórica multinacional sediada no Porto, que no ano passado faturou 1.500 milhões de euros em termos consolidados e viu os lucros baixaram quase 5%, para 110 milhões de euros, ficará agora organizada em cinco segmentos de negócio: Trucks and Buses, Construction Equipment, Agro, Aftermarket e Ventures.

“A marca Nors personifica o que temos sido há mais de 90 anos e a nossa ainda maior ambição de ser reconhecidos pelo serviço e equipas de qualidade excecional, potenciando o crescimento futuro em todas as geografias em que estamos presentes. Esta marca será mais forte, mais próxima e sustentável, preparada para o futuro e para as transformações globais que a Nors já está a acompanhar”, explica em comunicado o CEO, Tomás Jervell.

Tomás Jervell, CEO do grupo Nors, em entrevista ao ECO - 22SET23
Tomás Jervell, CEO do grupo NorsRicardo Castelo/ECO

Esta nova estratégia e arquitetura de marca foram apresentadas num evento organizado no Porto e transmitido para os cerca de 3.000 colaboradores do grupo fundado há 91 anos e detido pelas famílias Jervell (maioritária) e Jensen. Vai ser agora implementada nas diferentes geografias em que opera. Em 2023, as vendas foram distribuídas por Portugal (21,2%), Brasil (20,2%), EUA (15,3%), Canadá (12,4%), Turquia (9%), Europa Central (8,4%), Espanha (4,9%), Angola (4,2%), México (2,4%) e Botswana, Moçambique e Namíbia (2%).

Em comunicado, o grupo informa que a arquitetura da marca e o desenvolvimento da identidade ficou a cargo da agência Born Portugal, enquanto a estratégia de lançamento e de comunicação da marca, assim como a sua implementação, foi feita em parceria com a Havas, “sendo alvo de campanha online e offline ao longo das próximas semanas”.

Equipamentos de construção valem 64% do negócio

Fundada em 1933 pelo avô de Tomás Jervell, que em 2009 trocou o cargo de administrador financeiro pela liderança máxima do grupo, em substituição do pai, a antiga AutoSueco está atualmente presente em 17 países: Portugal, Espanha, Áustria, República Checa, Eslováquia, Roménia, Hungria, Croácia, Brasil, Turquia, Angola, Moçambique, Botswana, Namíbia, México, EUA e Canadá.

Em termos de categorias, o negócio que mais pesa no total (63,7%) é o dos equipamentos de construção, que inclui desde retroescavadoras e pás carregadoras a camiões articulados para as minas, em que começou a operar em 1970 em Portugal. Opera diretamente neste segmento no Canadá, Brasil e Angola; e está presente indiretamente noutros 14 países da Europa e da América através da participada Ascendum, uma das maiores fornecedoras mundiais de equipamentos para construção e infraestruturas da Volvo.

Segue-se o negócio dos camiões, que estava englobado na Nors Mobility (33,6%), a Nors Aftermarket (2,2%) e a Nors Ventures (0,5%), dedicada a explorar novos negócios em áreas não core. Detém uma participação de 66% na corretora Amplitude Seguros e a totalidade de uma operação industrial ligada aos contentores do lixo enterrados (Sotkon).

Em julho, um incêndio de grandes dimensões deflagrou no complexo da Auto Sueco na zona industrial do Porto, que foi classificado pelo grupo como o “pior incidente” em mais de 90 anos de história e que destruiu parte das instalações das empresas Auto Sueco Portugal, Aftermarket Portugal e Amplitude Seguros.

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