Portugal quer “manter o diálogo com as duas partes” no Médio Oriente

  • Lusa
  • 25 Novembro 2024

"Portugal, juntamente com outros países, como a Grécia e a Dinamarca, tem feito um esforço muito grande para construir pontes quanto à questão do conflito do Médio Oriente", disse Rangel.

Os chefes da diplomacia de Portugal e da Eslovénia abordaram esta segunda-feira o conflito no Médio Oriente, com Paulo Rangel a reafirmar a posição portuguesa de “manter o diálogo com as duas partes”, sobre um eventual reconhecimento do Estado da Palestina.

Em declarações após um encontro, em Lisboa, com Tanja Fajon, vice-primeira-ministra e a sua homóloga na área da diplomacia, que recordou que a Eslovénia reconhece a Palestina, o ministro português reiterou a “posição de manter o diálogo com as duas partes” e de “criar consensos na União Europeia”.

“Portugal, juntamente com outros países, como a Grécia e a Dinamarca, tem feito um esforço muito grande para construir pontes quanto à questão do conflito do Médio Oriente. Mas sempre disse e direi: é sempre uma matéria que está em avaliação, a realidade é dinâmica”, afirmou. As declarações de Rangel aconteceram depois de a ministra recordar que o seu país reconhece o Estado da Palestina.

“Tento encorajar os meus parceiros na comunidade internacional para avançarmos com o reconhecimento e trabalhar realmente para o futuro dos israelitas e palestinianos para que vivam em segurança lado a lado”, referiu. Nesta reunião em Lisboa, os governantes abordaram ainda a visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a Liubliana em março de 2025 e paralelamente as agências de investimento e de comércio – a Aicep e a Spirit – dos dois países reuniram-se e assinaram um memorando de entendimento.

Segundo Rangel, a “relação económica foi o prato forte das relações bilaterais”, tendo o encontro de hoje servido para “analisar o que pode ser melhorado nesta agenda”. Em termos de setores, os governantes exemplificaram com o setor dos portos ou da indústria automóvel.

No encontro foi abordada a candidatura ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma vez que Portugal “começou a candidatura para o biénio 27-28”, e a agenda europeia, com o chefe da diplomacia portuguesa a recordar que a Eslovénia assumirá a pasta do Alargamento na Comissão Europeia.

“Analisámos em que pé estão as negociações e se podemos acelerar o passo relativamente ao futuro alargamento a países dos Balcãs Ocidentais”, relatou o ministro português, referindo ter sido ainda abordada a questão da Ucrânia. Por seu lado, a ministra eslovena começou por destacar as “relações muito amigáveis” entre os dois países, incluindo em palcos internacionais como na União Europeia ou na NATO.

A nível bilateral, Tanja Fajon fez eco do desejo para aumentar a cooperação e congratulou-se com a assinatura do memorando entre as Aicep e a Spirit. “Há muito potencial. Há uma tendência positiva na nossa cooperação, mas gostaríamos de ver mais cooperação em termos de indústrias automóveis, farmacêuticas, renováveis ou tecnologias”, referiu a responsável, indicando a proximidade entre os países, designadamente com o intercâmbio de estudantes.

Acerca do alargamento da União Europeia, a ministra destacou ainda a sua importância e a necessidade de trabalhar num “ambiente geopolítico desafiante” e de um espaço europeu “maior e mais unido” no futuro.

Além do alargamento, a Eslovénia será também responsável pela pasta no executivo europeu da reconstrução da Ucrânia e, sobre o tema, Tanja Fajon notou como os dois países estão “igualmente preocupados com a chegada de um novo inverno, com os graves ataques na infraestruturas e com as mortes de civis”.

Estamos ao lado da Ucrânia com todo o nosso apoio, mas ao mesmo tempo olhamos para os caminhos para ajustar a paz permanente na Ucrânia”, afirmou a ministra, sublinhando ainda a preocupação com os “desafios do conflito do Médio Oriente”.

A ministra enumerou a “guerra terrível em Gaza, a necessidade de ajuda humanitária para a população, a necessidade de abertura das fronteiras, também o trabalho da agência da UNRWA [agência da ONU para os refugiados palestinianos], que é seriamente ameaçada, mas também como lidar com a possível anexação ilegal da Cisjordânia”.

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