Mais de metade das exportações portuguesas estão concentradas em 3 países. Maior excedente comercial é com os EUA
Espanha, Alemanha e França continuam a ser os principais clientes externos de Portugal. País tem posição excedentária com os Estados Unidos, que são o principal destino extra-União Europeia.
As exportações portuguesas continuam a ter como principal destino Espanha, Alemanha e França, países que concentram mais de metade da venda de bens portugueses ao exterior. Em 2024, o quadro manteve-se e traduziu-se em vendas de 40 mil milhões de euros, enquanto os Estados Unidos consolidaram o lugar no ranking como o principal cliente extra-comunitário.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados na segunda-feira revelam que as exportações portuguesas cresceram 2,5% no ano passado, após uma queda de 1,4% em 2023. No entanto, quando descontando as transações com vista a, ou na sequência de, trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade), o aumento foi menor: 1,7%.
Do bolo global, Espanha, Alemanha e França continuaram a ser os principais clientes externos e, no seu conjunto, concentraram 50,5% das exportações nacionais, mais um ponto percentual do que em 2023. Entre estes, a vizinha Espanha continua a ser de longe o principal recetor de bens portugueses, com um peso de 26% em 2024, mais 0,3 pontos do que em 2023. As vendas para este país subiram 3,5%, impulsionadas principalmente por produtos alimentares e bebidas e fornecimentos industriais.
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No entanto, em 2024, foi a Alemanha que deu o maior gás ao crescimento, com uma subida de 17,8%, refletindo sobretudo os aumentos nos fornecimentos industriais, material de transporte e máquinas e aparelhos. No ranking dos principais clientes, roubou o lugar a França e subiu ao segundo principal destino com uma peso de 12,3%, mais 1,6 pontos do que em 2023.
Por outro lado, os Estados Unidos mantiveram-se como principal destino fora da União Europeia e o quarto lugar na globalidade dos países, com um peso de 6,7%, mas menos 0,1 pontos do que em 2023. As vendas de bens portugueses a terras de ‘Uncle Sam’ subiram 1,5% para cerca de 5,3 mil milhões de euros.
O INE destaca que os Estados Unidos foram o segundo maior mercado em termos de valor de transações sem transferência de propriedade, representando 18,6% do total das exportações com destino aos Estados Unidos, apenas ultrapassado pela Alemanha.
Em termos absolutos, destacam-se também os aumentos de 62,1% nas exportações para Gibraltar, de 15,5% para Marrocos e de 4,7% para Itália. Por outro lado, o maior decréscimo foi registado nas transações com França (-4,5%), maioritariamente material de transporte e máquinas e aparelhos, tendo recuado para terceiro principal cliente dos bens nacionais, com um peso de 12,2%, uma diminuição de 0,9 pontos face ao ano anterior.
O INE realça ainda que se verificaram igualmente “decréscimos significativos” nas exportações para a Turquia (-26,8%), maioritariamente material de transporte, Angola (-18,4%), principalmente máquinas e aparelhos e a China (-20,2%), essencialmente fornecimentos industriais.
Não são um destino, mas também entram nas contas. As exportações para “abastecimento e provisões de bordo” caíram 10,84% em 2024 face a 2023, para 1,8 milhões de euros, e 19,72% aquém do máximo alcançado em 2022: dois mil milhões de euros. No entanto, continuam no ‘top 10’. Esta fatura engloba todos os bens comprados em Portugal para abastecer os cruzeiros e os aviões, onde se destacam os combustíveis, que agregam mais de 90% da fatura, mas também pela parafernália de bens alimentares, bebidas e outros artigos para consumo dos passageiros de cruzeiros e aviões.
Excedente com os EUA é o mais elevado
O excedente comercial de Portugal com os Estados Unidos passou a ser o mais elevado do país em 2024, no valor de 2.903 milhões de euros, refletindo uma diminuição de 83 milhões de euros, seguido pelo com o Reino Unido (2.406 milhões de euros) e com França (1.947 milhões de euros).
Por outro lado, o maior défice comercial do país verificou-se com Espanha, no valor de 14.826 milhões de euros, seguido pelo com a China (-4.509 milhões de euros) e com os Países Baixos (-2.590 milhões de euros).
Na globalidade, o défice da balança comercial de bens aumentou 78 milhões de euros face ao ano anterior, atingindo 27.887 milhões de euros, sendo França o país que mais contribuiu para este agravamento, com uma diminuição do seu excedente em 881 milhões de euros. Em sentido contrário, o INE realça a diminuição do défice com a Alemanha, em 1.280 milhões de euros, passando de terceiro para quinto maior défice.
Num artigo publicado em dezembro do ano passado, o Banco de Portugal (BdP) recomendou que o Governo reforce o apoio às empresas portuguesas na procura de novos mercados para as exportações nacionais e promova o investimento direto estrangeiro após a eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos.
Os economistas consideram que, para manter o bom desempenho das exportações nacionais registado nos últimos anos, “é importante reforçar o apoio às empresas na procura de novos mercados, promover o investimento direto estrangeiro e continuar a flexibilizar a alocação de recursos na economia“.
“Para tal, sobressai a importância do capital humano como fonte de inovação e facilitador da mobilidade dos trabalhadores entre setores”, apontam.
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Mais de metade das exportações portuguesas estão concentradas em 3 países. Maior excedente comercial é com os EUA
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