Reunião informal da OPEP na Argélia pode ser palco de decisões importantes
O ministro da Energia argelino colocou a hipótese de a reunião consultiva de quarta-feira ser considerada extraordinária. "Todos os países estão de acordo que esta situação não é sustentável", disse.
A reunião informal que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) vai realizar na quarta-feira poderia tornar-se numa sessão extraordinária e servir para adotar uma decisão, considerou hoje o ministro da Energia argelino, Nureddín Bouterfa.
Numa conferência de imprensa, na sede do ministério, o responsável sublinhou que os 14 membros estão de acordo na necessidade de recuperar, assim que possível, a estabilidade do mercado e que apenas diferem nos mecanismos para alcançar esse objetivo. “Todos os países estão de acordo de que esta situação não é sustentável e na necessidade de estabilidade, mas devemos achar uma fórmula que beneficie a todos e isso é responsabilidade de cada país”, acrescentou.
Na sua opinião, é evidente que o problema reside na existência de um desequilíbrio “líquido” entre a oferta e a procura de petróleo (em favor da primeira), pelo que uma das soluções seria, como deseja a maioria, congelar a produção. Por esta “super abundância de petróleo no mercado, os países da OPEP – que põe à venda diariamente 33,4 milhões de barris – perdem cada dia entre 300 e 500 milhões de dólares [267 e 445 milhões de euros, à taxa de câmbio atual]”, sublinhou. “Somos flexíveis sobre a questão de congelar a produção, o papel [de Argélia] é reunir as partes e é a OPEP que está condenada a tomar uma decisão” definitiva que permita estabilizar os preços em alta, salientou.
A este respeito, Bouterfa não descartou que a reunião informal ou consultiva de Argélia – que se realiza à margem do XXV Fórum Internacional de Energia – “se converta numa sessão extraordinária no início”, em que se avancem com importantes decisões.
Assegurou que tanto o Irão como a Arábia Saudita, países com interesses divergentes, enviaram “sinais positivos” de que poderiam ceder as suas posições e aceitar um congelamento a curto prazo.
“A Arábia Saudita está pronta para congelar a produção ao nível de janeiro”, o que poderia resultar num corte em torno dos 500.000 barris, assegurou Bouterfa, que considerou esta eventual oferta de Riade como “um passo interessante”.
As discussões estão centradas agora em convencer também os grandes produtores externos, e em particular a Rússia, já que um barril de petróleo à volta de 60 dólares permitiria retomar o investimento e beneficiar os próprios produtores como os consumidores, apontou.
“Sinto-me muito otimista sobre a possibilidade de os membros da OPEP alcançarem um acordo de consenso que restabeleça a estabilidade neste mercado”, concluiu.
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