PCP não aceita aumento do preço da energia e vai propor redução no Parlamento

  • Lusa
  • 10 Setembro 2021

O PCP vai propor, na Assembleia da República, um conjunto de propostas para a redução dos preços da energia e dos combustíveis, abrangendo a eletricidade, o gás de botija e os combustíveis.

O secretário-geral do PCP disse esta sexta-feira, em Santarém, que o partido não aceita a “naturalidade com que querem impor o aumento dos preços da energia” e vai apresentar, na próxima semana, no Parlamento, propostas para a sua redução.

Jerónimo de Sousa falava no comício de apresentação dos candidatos da CDU à Câmara e à Assembleia Municipal de Santarém, no qual apontou o trabalho da CDU nas autarquias, mas também na apresentação de soluções, que, “a serem adotadas, responderiam à dimensão dos problemas nacionais e das desigualdades e injustiças que persistem”.

Em concreto, referiu “as inúmeras propostas para melhorar direitos laborais, para prolongar moratórias bancárias e defender inquilinos e pequenos e médios empresários das consequências de previsíveis incumprimentos, ou a proposta para fixar um regime máximo de preços de combustíveis e energia”.

“Pela sua atualidade e preocupação não podemos aceitar a naturalidade com que querem impor o aumento dos preços da energia”, afirmou, adiantando que, para o PCP, “o que se impõe é a continuação da sua descida, nomeadamente da tarifa regulada“. E, para Jerónimo de Sousa, “o Governo tem instrumentos para o fazer”.

Segundo o líder comunista, o PCP “levará à discussão e votação na Assembleia da República, na próxima semana, um conjunto de propostas visando a redução dos preços da energia e dos combustíveis, abrangendo a eletricidade, o gás de botija e os combustíveis”.

Declarando que o Partido Socialista “teve toda a oportunidade para encetar uma política alternativa”, só não o tendo feito “porque são outros os seus compromissos”, Jerónimo de Sousa afirmou que os “lucros escandalosos das grandes empresas eletroprodutoras parece que são um direito adquirido, incontestável, independentemente dos fortes impactos na vida dos portugueses e do tecido económico nacional”.

“Sabemos quem preparou o caminho para que a EDP e outros grupos económicos ficassem com a faca e o queijo na mão”, acrescentou, especificando que, “por mais que assobiem para o ar, foram PS, PSD e CDS os responsáveis pela privatização e liberalização das empresas públicas de eletricidade e criação de um setor fortemente oligopolizado”.

O líder comunista afirmou que foram estes partidos que se “empenharam na criação do mercado grossista ibérico, garantindo as margens de lucro das multinacionais que operam no setor”, e que “impuseram”, ao lado da ‘troika’, o aumento da taxa do IVA sobre a energia para 23% “e que sucessivamente têm impedido a sua reposição nos 6%, como há muito o PCP tem vindo a propor”.

“E são os que, agora, querem impor uma transição energética a mata-cavalos, sem qualquer consideração sobre os impactos nos preços da energia, na indústria e no desenvolvimento do país, mas garantindo sempre vultuosos rendas e lucros a meia dúzia de grandes grupos capitalistas”, disse, ainda, reclamando “medidas governamentais que travem o desastre em curso e travem qualquer subida das tarifas”.

Jerónimo de Sousa deu, igualmente, o exemplo da saúde, onde “tardam medidas por parte do Governo, há muito identificadas, de reforço do Serviço Nacional de Saúde”, em particular dos seus profissionais.

No seu discurso, o secretário-geral do PCP frisou que o “objetivo direto” das eleições autárquicas do próximo dia 26 é a eleição de mais candidatos da CDU, como “garantia, em cada freguesia e concelho, de um trabalho ao serviço das populações e de uma resposta aos seus problemas”.

Jerónimo de Sousa assistiu à apresentação do programa eleitoral da CDU para a capital do distrito de Santarém, com André Gomes, candidato à Câmara Municipal, a assegurar que esta não é uma candidatura “para picar o ponto”, mas sim para protagonizar a mudança.

“No executivo municipal de Santarém tem faltado uma voz em defesa das populações”, declarou o líder comunista, salientando que “é preciso fazer regressar” essa voz, “tão mais importante quanto mais forte for a expressão da sua presença no executivo municipal”.

Em 2017, a CDU perdeu o eleito que mantinha no executivo municipal escalabitano desde as primeiras eleições democráticas (no mandato de 2001 a 2005 chegaram a ser dois), presença que a coligação quer agora recuperar.

O PSD obteve 43,2% dos votos em 2017 e elegeu cinco dos nove elementos, ocupando o PS (34,1%) os restantes lugares. A CDU teve 7,6% dos votos, o CDS 5,4% e o BE 4,1%, num concelho que em 2017 tinha 51.718 eleitores inscritos e que agora conta com 50.828.

O atual presidente do município, Ricardo Gonçalves (PSD), concorre a um terceiro mandato, candidatando-se, ainda, às eleições do próximo dia 26 o socialista Manuel Afonso, a bloquista Fabíola Cardoso, o dirigente do Chega Pedro Frazão, o técnico de recursos humanos Alexandre Paulo (CDS-PP), a docente de informática e robótica Rita Lopes (PAN) e o gestor de produto Marcos Gomes (IL).

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