Itália: “Não se deve dramatizar o efeito do ‘Não'”

Para o economista Francesco Franco as forças que defendem um 'Não' pouco mais têm em comum do que isso mesmo, por isso, recomenda calma na avaliação dos resultados.

“O referendo vai ter efeitos negativos no curto prazo, mas são choques políticos que o país já superou no passado“, garante Francesco Franco em entrevista ao ECO. “Itália está habituada à instabilidade política”, assegura o economista da Nova Business School.

Para Francesco Franco a reforma que Matteo Renzi está a propor faz sentido porque a economia italiana precisa de reformas, de maior agilidade e eficiência legislativa. Uma discussão que, diz, dura desde os tempos em que começou a votar, “mesmo antes, provavelmente”. “Itália tem um sistema de bicameralismo perfeito e cada lei leva em média cerca de 200 dias em cada câmara”, afirma o economista.

Mas o referendo deixou de ser apenas um sufrágio a uma alteração constitucional para passar a ser uma validação à permanência de Renzi no poder. “O referendo foi pedido pelo próprio Governo para confirmar a modificação de parte da Constituição”. Uma mudança que é precisa porque “se as normas democráticas ficam num limbo em que não se pode fazer nada isso pode ser pior para o processo democrático porque permite às populações ficarem mais descontentes com a situação e votarem em formas de governo mais autocráticas”, alerta.

As forças que defendem um ‘Não’ pouco mais têm em comum do que isso mesmo, por isso, o economista italiano recomenda calma na avaliação dos resultados. Na sua opinião “é difícil antecipar o que vai acontecer”, embora reconheça que era “importante” que ganhasse o sim”, mas não se deve “dramatizar o efeito do ‘Não'”.

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