Política, justiça e ‘maus’ gestores travam crescimento das empresas

  • Rita Atalaia
  • 6 Julho 2017

Um estudo do Conselho das Finanças Públicas revela que ainda há vários obstáculos ao crescimento das empresas. As políticas adotadas, a justiça lenta e a falta de formação dos gestores estão em foco.

As políticas orientadas para empresas de menor dimensão, a justiça lenta e a falta de formação dos gestores estão a limitar o crescimento das empresas portuguesas. A conclusão é de um estudo de Bruno Trancoso da Rocha, do Conselho das Finanças Públicas. A entidade refere que é necessário remover estes “obstáculos”, já que o “crescimento da produtividade é uma variável crucial para a melhoria a longo prazo da prosperidade e da competitividade das economias”.

Remover obstáculos ao crescimento das empresas é, portanto, um vetor de reformas estruturais de primeira importância, na medida em que possibilitaria que mais recursos fluíssem para as empresas com maior propensão para crescer — isto é, as que apresentam maiores índices de produtividade e de capacidade de criação de emprego“, lê-se no documento sobre a “Baixa produtividade: afetação de recursos e obstáculos ao crescimento as empresas na economia portuguesa”, revelado pelo Conselho das Finanças Públicas.

Remover obstáculos ao crescimento das empresas é, portanto, um vetor de reformas estruturais de primeira importância, na medida em que possibilitaria que mais recursos fluíssem para as empresas com maior propensão para crescer — isto é, as que apresentam maiores índices de produtividade e de capacidade de criação de emprego.

Bruno Trancoso da Rocha

Conselho das Finanças Públicas

Entre estes obstáculos, Bruno Trancoso da Rocha refere as políticas orientadas para empresas de menor dimensão. Segundo o estudo, as “regras e políticas são frequentemente criadas com o intuito de favorecer as empresas mais pequenas e/ou estimular o empreendedorismo”. No entanto, acabam por funcionar como “um incentivo para as empresas não crescerem tanto quanto poderiam (na medida em que crescer para além de determinados patamares acarretaria a perda de vantagens)”.

Mas não são apenas as políticas que estão em destaque. O autor fala ainda da lentidão do sistema judicial português. “Um sistema judicial pouco eficiente representa riscos adicionais para a atividade empresarial”. E dá o exemplo da resolução de possíveis disputas contratuais com clientes, fornecedores ou empregados. “No panorama europeu, a justiça portuguesa é lenta”, afirma o autor. Em 2015, o tempo médio para a resolução de um caso era de 710 dias, revela o estudo — o segundo mais elevado num universo de 22 países.

É ainda dado foco à falta de formação dos gestores, que é “relativamente reduzida”. O estudo mostra que “uma parte substancial das diferenças no crescimento das empresas portuguesas é atribuível a diferenças na educação dos gestores: cada ano adicional de educação representaria assim um acréscimo de 0,3 pontos percentuais no crescimento anual do número de empregados as empresas”.

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