Juros portugueses aceleram queda. Taxa a dez anos afunda para 2,5% à boleia da S&P
Os juros da dívida nacional estão em queda depois de a agência de notação S&P ter retirado o rating de Portugal do 'lixo'. A taxa a dez anos está no nível mais baixo desde dezembro de 2015.
Os juros da dívida portuguesa não param de aliviar, caindo para mínimos de mais de um ano e meio. Uma tendência que foi reforçada depois de a Standard & Poor’s ter surpreendido o mercado ao tornar-se na primeira das três grandes agências de notação financeira a retirar o rating nacional do ‘lixo’. A taxa a dez anos recua para os 2,50%.
A taxa associada às Obrigações do Tesouro a dez anos cede 30 pontos base para os 2,50% — o valor mais baixo desde dezembro de 2015, tendo chegado a tocar os 2,496% durante a sessão. Está a reforçar a tendência de queda registada depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter dito que continua preparado para manter o programa de estímulos, apesar de ainda haver dúvidas em torno da sua duração e dimensão das compras de dívida.
Juros a dez anos estão em mínimos de mais de ano e meio
Esta tendência é transversal, com os juros a caírem na maioria das maturidades. No prazo a cinco anos, a taxa perde 12,1 pontos base para 1,074%. E este alívio está a generalizar-se aos outros país do euro. As taxas estão a cair em Itália e Espanha. Mas não na Alemanha. A taxa a dez anos está a subir um ponto base para 0,443%. Perante esta evolução, o diferencial entre as taxas portuguesas e alemãs está nos 202 pontos base, um mínimo desde janeiro de 2016.
Os juros da dívida nacional têm vindo a aliviar, mas esta tendência foi reforçada na sexta-feira quando a S&P surpreendeu os investidores ao retirar o rating da República do lixo. Era esperado que a agência de notação se limitasse a alterar o outlook de estável para positivo. Há seis meses, a agência tinha decidido não alterar a sua perspetiva sobre a dívida portuguesa, mantendo-a no nível BB+ com outlook “estável”. Assim, a subida para um nível acima, BBB-, com outlook igualmente estável, não era esperada, cinco anos depois da decisão de colocar a dívida soberana no “lixo”.
“Portugal está a beneficiar dos bons dados económicos que tem divulgado, da revisão otimista da perspetiva do rating da dívida por parte da Moody’s, uma grande ajuda vem das compras do BCE, mas também beneficia da própria folga financeira no financiamento do Estado que, com operações de troca e emissões tem conseguido alongar a maturidade da dívida portuguesa,” explicou Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.
Já na semana passada, Portugal conseguiu ir ao mercado angariar 850 milhões de euros em obrigações do Tesouro a dez anos com juros de 2,785%, os mais baixos desde novembro de 2015. Este resultado mostra como os investidores estão cada vez mais confiantes em Portugal.
(Notícia atualizada às 09h37)
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