Petróleo dispara 5% com acordo à vista para corte de produção da OPEP

O cartel deverá acordar um corte de 800 mil barris de petróleo por dia, a partir de janeiro. A reunião do grupo OPEP+ acontece esta tarde, podendo acrescentar 400 mil barris ao corte.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) já tem uma extensão do acordo de cortes de produção petrolífera à vista e o valor da matéria-prima sobe nos mercados internacionais. Falta saber, oficialmente, o montante que será cortado pelos países de fora do cartel que estão também no acordo e cujo encontro está ainda a decorrer.

O ministro do Petróleo do Iraque, Thamir Ghadhban, anunciou que o acordo é de um corte de 800 mil barris por dia, nos primeiros quatro meses do ano, por parte dos países da OPEP, em declarações à Reuters, em Viena. O montante pode aumentar para 1,2 milhões com a redução de produção dos restantes produtores que não pertencem ao cartel.

Em reação, o Brent londrino valoriza 5,16% para 63,16 dólares por barril, enquanto o WTI negociado em Nova Iorque sobe 4,70% para 53,91 dólares por barril.

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Fonte: Reuters

O grande impasse dentro da OPEP estava entre o Irão e a Arábia Saudita. O primeiro defendia que tinha de ficar de fora, pois as sanções petrolíferas aplicadas pelos EUA não lhe permitiriam cortes adicionais. Mas o segundo (que está a ser pressionado pelos EUA a não alinhar na estratégia) não queria assinar qualquer tipo de acordo que excluísse o Irão.

Fontes dentro da reunião garantiram à Reuters que os dois países chegaram a um acordo de princípio, o que na prática poderá significar que o Irão alinha na estratégia, mas não é obrigado a diminuir a produção. O Kuwait, a Venezuela e a Líbia também deverão ficar de fora. “Estas são as negociações mais difíceis que já houve“, disse o ministro do Petróleo do Irão, Bijan Namdar Xanganeh, à Reuters.

Esta tarde está a decorrer, em Viena, o encontro dos restantes países, incluindo a Rússia, que irão avaliar a proposta da OPEP para que cortem um total de 400 mil barris por dia. À entrada dos trabalhos, o ministro da Energia russo, Alexander Novak, mostrou-se confiante num acordo e defendeu que é necessário encontrar novas formas de cooperação entre os dois grupos. A decisão final que for tomada esta sexta-feira será revista em abril.

(Notícia atualizada às 14h30)

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