Guerra na Pharol. Tanure quer destituir administradores
O empresário Nélson Tanure já assume uma posição de 9,9% da Pharol e, agora, quer destituir quatro administradores, entre os quais os nomes indicados pelo Novo Banco.
Há uma guerra acionista na Pharol, a empresa portuguesa que tem cerca de 6% da operadora brasileira Oi e é presidida por Luís Palha da Silva: um acionista-ativista, o empresário brasileiro Nélson Tanure quer a destituição de quatros administradores na assembleia geral do próximo da 29 de março, entre os quais Jorge Cardoso, indicador pelo Novo Banco, e Pedro Morais Leitão.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a High Bridge – que anunciou o reforço da sua posição na Pharol de 6,71% para 9,99% – informa que requereu a inclusão de três pontos adicionais para a reunião da assembleia geral de acionistas daquela empresa.
Um dos pontos é a redução do número atual de membros do conselho de administração da Pharol de 11 para nove “com a consequente de destituição de dois dos administradores nomeados, os senhores Bryan Schapira e Aristóteles Luís Vasconcelos Drummond, com efeitos imediatos”, lê-se no documento. Mas não só: A High Bridge – sociedade controlada por Nélson Tanure – quer ainda a destituição dos membros do conselho de administração Maria do Rosário Amado Pinto Correia, Maria Leonor Martins Ribeiro Modesto, Pedro Zanartu Gubert Morais Leitão e Jorge Telmo Maria Freira Cardoso, propondo em substituição quatro novos nomes para o período remanescente do mandato em curso 2018-2020. Nomes que foram aprovados ainda há poucas semanas para um mandato de três anos.
Os nomes propostos são Denise dos Passos Ramos, Ronaldo Carvalho da Silva, Carlos Eduardo Bulhões Pedreira e João Manuel Pisco de Castro. A High Bridge defende que é preciso “romper de uma vez com o passado recente” sublinhando a importância do “cumprimento da nova estratégia da Pharol”. Além disso, “não se afigura existir qualquer vantagem na manutenção de um conselho de administração com um número tão elevado de membros”, sublinha a High Bridge.
Em pano de fundo está outro objetivo: controlar a Oi, através de uma posição direta, mas também indiretamente, através do controlo da Pharol. Que terá neste momento mais de 25 milhões de euros em caixa.
Esta proposta terá de ter a maioria dos votos na assembleia geral, e é aqui que se colocam problemas: ninguém sabe qual é a posição global do empresário brasileiro, mas várias fontes indicam que já tem cerca de 20% do capital da Pharol. A CMVM estará a investigar esta posição acionista, porque a Pharol tem uma blindagem de estatutos limitada a 10% dos votos, por isso, caso se confirme uma concertação de posições, Tanure só poderá votar com o limite dos 10%.
Os outros acionistas de referência da Pharol são precisamente o Novo Banco, que não chega a 10%, e a Oi, que também tem uma posição acionista inferior a 10%. E será nesta contagem de votos que se determinará se as propostas de Tanure à Assembleia Geral vão ou não passar.
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