“Não é de esquerda promover défices e aumentar dívida”, diz António Costa
António Costa acredita que a esquerda vai aprovar o Orçamento do Estado, como fez nos últimos quatro anos. E nem o excedente de 0,2% previsto para 2020 será um problema para Bloco ou PCP, diz.
António Costa não vê razão para que a esquerda não aprove o Orçamento do Estado para 2020, uma vez que dá “continuidade” às políticas da legislatura anterior. Ainda assim, o primeiro-ministro abre espaço para negociações no Parlamento no sentido de melhorar a proposta orçamental. Uma proposta que prevê um excedente de 0,2% do PIB, algo que não será um desconforto para os partidos da esquerda, afirma o chefe do Governo.
Em entrevista ao Público (acesso condicionado), António Costa lembra que, já na legislatura anterior, nas posições conjuntas assinadas com PCP e Bloco de Esquerda, não havia nenhum compromisso de aprovações dos Orçamentos de Estado. E isso não impediu que a esquerda tivesse aprovado quatro orçamentos e agora não deverá ser diferente, diz.
“Não vejo nenhuma razão para que, perante esta proposta de Orçamento do Estado, não haja uma votação favorável por parte de cada um dos partidos. Este é um Orçamento do Estado essencialmente de continuidade das políticas que iniciámos em 2016″, afirma o primeiro-ministro.
Questionado sobre o facto de a proposta para o próximo ano apresentar um excedente orçamental de 0,2%, o que pode não ser bem recebido à esquerda, que tem exigido mais investimento nos serviços do Estado, António Costa desdramatiza: “Não creio que seja de esquerda promover défices e aumento de dívida. Ser de esquerda é assegurar boas condições de financiamento das políticas públicas”.
Adianta que foi este aspeto que, por exemplo, permitiu ao Governo “investir 550 milhões de euros na redução dos pagamentos em atraso no SNS”. Aliás, António Costa revelou que vão ser adiantados mais 200 milhões de euros já no início do próximo ano para as entidades do SNS baixarem ainda mais a dívida em atraso.
"Não vejo nenhuma razão para que, perante esta proposta de Orçamento do Estado, não haja uma votação favorável por parte de cada um dos partidos. Este é um Orçamento do Estado essencialmente de continuidade das políticas que iniciámos em 2016.”
Sobre o reforço no orçamento da Saúde, o primeiro-ministro diz que o Governo “não está simplesmente a atirar dinheiro para cima dos problemas, mas estamos também a adotar medidas de incentivo e motivação aos profissionais, medidas que dão uma maior autonomia”.
Relativamente às medidas que constam do Orçamento para as empresas, António Costa diz que o maior contributo que o Governo dá “para o crescimento das empresas é manter a estabilidade do cenário macroeconómico”, sendo este um fator que tem permitido reduzir as taxas de juro para as empresas. “O diferencial de financiamento da economia portuguesa comparado com a economia alemã reduziu-se muito significativamente e isso é o melhor contributo que podemos dar a um setor empresarial que está a reforçar, e bem, o seu investimento”, diz.
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