Laka planeia “pedalar” até Portugal
Uma insurtech britânica decidiu contrariar adversidades do pós-Brexit e estabelecer uma base nos Países Baixos. Com o mercado continental na mira, anseia estender operação ao mercado português.
A insurtech criada em 2018 e sediada em Londres iniciou trajeto oferecendo soluções inovadoras na proteção de riscos de ciclistas, notabilizando-se através de um conceito ‘crowd insurance’ baseado numa dinâmica peer-to-peer.
No final de janeiro recolheu 4,7 milhões de dólares numa ronda de financiamento liderada pelos fundos de ‘venture capital’ LocalGlobe e a Creandum e participação de alguns angels. Os recursos mobilizados servirão o desenvolvimento de novos produtos, reforço de recursos humanos e a criação do hub nos Países Baixos, um mercado chave pela elevada taxa de utilização da bicicleta como meio de transporte em meio urbano.
Em conversa com Especial Insurtech – Eco Seguros, Tobias Taupitz, cofundador e responsável executivo da Laka, explicou que Portugal é um dos mercados onde [a insurtech] pretende chegar, em particular “porque se tornou um destino popular entre os turistas que percorrem a Europa em bicicleta”, referiu o responsável da startup cujo modelo de negócio se baseia precisamente na interação direta e muito próxima da comunidade de praticantes.
A instalação da base holandesa será concretizada no primeiro semestre, iniciando-se depois a expansão pela Europa. Ao fim dos seus primeiros dois anos de atividade, a startup conta cinco mil segurados no Reino Unido. Animados pela “resposta fantástica” da comunidade de ciclistas, “estamos a levar aos nossos clientes, muitos dos quais foram anteriormente mal servidos por players tradicionais [do setor segurador], um produto que garante tratamento justo, confiança e transparência”.
Citado num comunicado da Laka, Remu Brett, partner da LocalGlobe, comentou o conceito: «O encanto da Laka está no retorno do seguro à pureza da herança mutualista. Os segurados e os interesses comuns incentivam comportamentos positivos que se tornam em benefícios para toda a comunidade”.
A Laka pretende dar resposta a um mercado potencial de 138 milhões de entusiastas do desporto ao ar livre em toda a Europa, através da cobertura de acidentes pessoais, mas não só. A nossa missão “passa por uma abordagem transparente e orientada para a comunidade em matéria de seguros”, explica Taupitz.
Caso o fôlego da Laka lhe permita ‘pedalar’ até Portugal, a startup terá de mostrar competências para enfrentar a concorrência de incumbentes ‘tradicionais’ que já operam nos seguros para bicicletas e ciclistas.
Em janeiro, a Laka saudou Amanda Blanc, antiga responsável executiva da Zurich Insurance para os mercados EMEA e Parcerias com a banca global, que se junta agora à equipa diretiva da insurtech.
A longa experiência no setor segurador – Amanda Blanc já presidiu a associação britânica de seguradores (ABI) –, mais a paixão que nutre pela prática de ciclismo fazem com que o recrutamento de topo encaixe de forma ideal na missão da Laka, salienta a empresa.
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