Pordata lança “Números da crise”. “Queremos prestar um serviço à sociedade”

  • ECO
  • 29 Abril 2020

Luísa Loura é diretora da Pordata e explica em entrevista ao ECO o que é o projeto "Números da crise". "Queremos contribuir para a reflexão e decisão sustentada em dados de fontes oficiais".

Em março o número de desempregados inscritos nos centros de emprego cresceu 34%, em relação ao mesmo mês de 2019, foram mais 52.999 inscritos. São um exemplo de dados comparativos para descobrir na nova área da Pordata, denominada “Números da crise”, que reúne indicadores-chave que permitem monitorizar o impacto económico e social do coronavírus na vida dos portugueses, desde março de 2020. Em entrevista por escrito ao ECO, a diretora da Pordata, Luísa Loura, explica o que justificou esta iniciativa, que tem o ECO como parceiro de media.

Porque é que a Pordata decidiu lançar este projeto?

A epidemia trouxe muitas alterações ao funcionamento da economia, a um ritmo que torna premente o disponibilizar de informação com uma uma periodicidade tão curta quanto possível. Este projeto permite à Pordata prestar esse serviço à sociedade, tirando partido da experiência que adquiriu enquanto agregadora de informação proveniente de múltiplas fontes oficiais.

O que traz de novo?

Traz Indicadores disponibilizados com periodicidade mensal, semanal e até diária (no caso dos óbitos por Covid-19) e novas formas de visualização gráfica. Há alguns indicadores novos, como os do clima económico e os da confiança dos consumidores e das empresas e os do recente Inquérito Rápido e Excecional às Empresas. Manteve-se a prática de disponibilização dos ficheiros de dados em excel.

Quais são os seus objetivos?

Queremos contribuir para a reflexão e decisão sustentada em dados de fontes oficiais.

É um projeto com um tempo pré-definido?

Como o nome indica, será a própria duração da crise pandémica e dos seus efeitos sobre a economia que determinará a duração do projeto.

Quais são os critérios de escolha dos Números da crise?

A opção tem sido tomada num equilíbrio entre a reconhecida importância dos indicadores e a capacidade interna de implementação por parte da equipa da Pordata com a correção e rigor imprescindíveis na divulgação pública de dados de outras fontes.

Quais são as fontes destes números?

São o INE, o Banco de Portugal, o IEFP, a Direção-Geral de Saúde e a European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC).

Qual a importância da comparação dos Números da crise em Portugal com os de outros países?

A este respeito há alguma distinção entre os indicadores económicos e o indicador que escolhemos para acompanhar a evolução da pandemia (que é o do n.º de óbitos por milhão de habitantes). Os indicadores económicos europeus são publicados com algum desfasamento temporal, pelo que a sua importância vai mais no sentido do país conseguir tomar medidas corretivas à posteriori. Já no acompanhamento da Covid-19, a comparação com outros países, sendo diária, permite perceber se estamos ou não a acompanhar a evolução nos outros países e se estamos, comparativamente, numa fase mais ou menos avançada da epidemia.

Como é que a crise da Covis-19 impactou a atividade da Pordata?

A atividade da Pordata é, essencialmente, técnica e, como tal, adaptou-se com relativa facilidade ao trabalho por via remota. No entanto, é uma atividade extremamente exigente em termos de coordenação e de articulação entre todos os elementos internos e externos à equipa e, nesse aspeto temos vindo a sentir as dificuldades que, acreditamos, a grande maioria das empresas estará a também a sentir.

Há novos projetos neste âmbito da Covid-19 em preparação?

Este projeto é bastante maleável e tem capacidade para se adaptar a novas necessidades de informação que venham a revelar-se especialmente relevantes.

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