Nossa Seguros cresce em prémios e lucro em ano de contração em Angola

  • ECO Seguros
  • 7 Junho 2020

A seguradora encerrou 2019 com a margem técnica a progredir perto de 140%, o rácio combinado a melhorar para o patamar dos 60% e resultado líquido a duplicar face ao ano precedente.

A Nossa Seguros, subsidiária de seguros do banco BAI, obteve 61% de incremento anual no valor de prémios brutos emitidos, até cerca de 29,6 milhões de euros, ultrapassando os objetivos propostos para 2019 e com evolução “muito positiva dos indicadores de eficiência”, salienta um documento referindo “impactos negativos” da contração económica e da desvalorização cambial (kwanza-dólar) sobre o setor de seguros em Angola.

O resultado líquido avançou 98,2%, face ao ano anterior, alcançando 4,1 mil milhões de kwanzas (cerca de 6,34 milhões de euros ao câmbio corrente – taxa de referência BCE-Banco de Portugal).

“Os resultados foram bastante positivos,” salienta o relatório de contas da seguradora (cujo capital é detido em 72% pelo BAI – Banco Angolano de Investimento). “Afigura-se que o ano de 2020 continue a ser um ano de desafios, mas igualmente de oportunidades. Esperamos um contexto macroeconómico difícil e um setor segurador bastante competitivo”, referem Alexandre Carreira (CEO da Nossa Seguros) e Luís Filipe Lélis (chairman da Nossa e presidente da comissão executiva do BAI), citados no relatório de gestão.

O exercício analisado encerrou com um global de 19,11 mil milhões de kwanzas em prémios de seguro direto, do qual 18,16 mil milhões de kwanzas (cerca de 28 milhões de euros) gerados pelo negócio não Vida. Acresce que o incremento global dos prémios (+61% em relação a 2018), evidencia aceleração face aos 22% de acréscimo anterior face a 2017.

Todos os ramos registaram crescimento face a 2018, com destaque para os ramos Doenças (+72% para 6,9 mil milhões de kwanzas), Acidentes de Trabalho (+82%, para 1,97 mil milhões), Outros Danos em Coisas (+61%, para 3,2 mil milhões), Responsabilidade Civil (+106%, para 921,2 milhões de kwanzas), Transportes (+93%, para 1,23 mi lmilhões) e Vida (+79%, para 950 milhões). Nota ainda para o ramo automóveis, a terceira maior fonte de receita em prémios, com crescimento de 13%, para 2,67 mil milhões de kwanzas.

Somando os diversos ramos, a receita total de prémios brutos ascendeu aos referidos 19,11 mil milhões, sendo que o canal Empresas representou 60% da produção anual e evidenciou progressão apoiada no “aumento da carteira de negócio corporativo e institucional”, detalha a seguradora considerada 4ª maior entre as 28 que operam sob supervisão no país.

Os custos com sinistros (cerca de 5,3 mil milhões de kwanzas) igualam os de 2018, apesar de incrementos a rondar 60% nos ramos Doenças e Acidentes de Trabalho, compensados com o crescimento significativo do negócio. Na análise da estrutura de custos com sinistros, os ramos Doenças, Automóvel e Acidentes de Trabalho representam 94% do total “refletindo não só o peso que representam no volume de negócio, mas também a natureza dos mesmos”.

No entanto, o rácio de sinistralidade “registou uma melhoria significativa passando de 45% em 2018 para 28% em 2019, como consequência do forte crescimento dos prémios e a inexistência de sinistros de grande dimensão.” Ainda, exibindo níveis de eficiência, o rácio combinado passou dos 88% do ano anterior, para 61% em 2019.

No resseguro, a companhia destaca decréscimo da taxa de cedência (de prémios) de 40%, em 2018, para 37% em 2019, embora com agravamento do resultado de resseguro.

Por fim, o resultado técnico atingiu 6,06 mil milhões de kwanzas, avançando 138% face a 2018, uma variação “assente essencialmente no crescimento dos prémios e diminuição da provisão para prémios em cobrança” a permitir uma rentabilidade técnica de 32%, contra os 21% obtidos sobre o valor bruto dos prémios em 2018. Neste contexto, o resultado da operação de seguro (prémios – comissões + indemnizações) duplicou (+111% face a 2018), alcançando cerca de 13,39 mil milhões de kwanzas.

Graças a um aumento de capital por incorporação de reservas (aumento de 1000 milhões para 3500 milhões de kwanzas) e a reforço de provisões, o balanço melhorou na generalidade dos indicadores (resultado líquido/capitais próprios; resultado/ativos).

A margem de solvência da companhia desceu para 203%, contra 263% em 2018, mas “continuou robusta e confortavelmente acima do mínimo regulamentar,”, nota o relatório da seguradora que aproveita sinergias de banca seguros e de distribuição proporcionadas pela rede de balcões do BAI.

A Nossa terminou o ano com 25 agências distribuídas por território angolano (-2 do que em 2018), mas aumentou o número de colaboradores (de 134, para 143), sendo que 55% dos quadros detêm título universitário ou frequência de ensino superior.

No mesmo documento, a companhia refere um estudo independente sobre seguros, no qual a Nossa Seguros ocupa o 1º lugar do setor em termos da avaliação global feita pelos clientes. “As respostas dos nossos clientes revelaram um grau de satisfação superior, em termos comparativos, ao grau de satisfação refletido nas respostas dadas pelos clientes dos nossos principais concorrentes”.

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