Álvarez-Pallete, presidente da Telefónica: “As estrelas estão a alinhar-se para a consolidação das telecomunicações” na Europa
O presidente-executivo da espanhola Telefónica anticipa uma maior consolidação no setor europeu das telecomunicações e um papel importante da operadora que dirige.
O presidente executivo da Telefónica, José María Álvarez-Pallete, antecipou um novo processo de consolidação no setor europeu das telecomunicações, onde assegurou que a empresa a que preside vai desempenhar “um papel importante”.
Numa entrevista ao jornal Financial Times, Alvarez-Pallete revelou que algo “está a mudar” na Europa e no horizonte do setor das telecomunicações. “As estrelas estão a alinhar-se para a consolidação das telecomunicações”, afirmou.
Assim, previu menos restrições às fusões entre empresas europeias do setor do que as impostas até agora por Bruxelas, na sequência da recente decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia de anular a decisão da Comissão Europeia de 2016 de vetar a aquisição da filial britânica da Telefónica, O2, pela Hutchison (Three).
“Penso que as regras da concorrência vão ser lidas de forma diferente”, disse Álvarez-Pallete, salientando que a Telefónica já não está apenas a competir com os jogadores tradicionais, mas também com outros como a WhatsApp, Facebook e Facetime.
“Os tempos mudaram. Não faz sentido que existam centenas de operadoras de telecomunicações na Europa“, comentou o presidente da Telefónica, que recordou que em grandes mercados como os Estados Unidos da América e a China existem agora apenas três grandes operadoras.
A este respeito, constatou-se que as regras de concorrência da União Europeia reduziram os lucros das empresas europeias, o que dificultou que investissem e enfrentassem as gigantes tecnológicas norte-americanas.
Maior valorização do setor
Por outro lado, Álvarez-Pallete indicou que operações recentes como a fusão da sua filial no Reino Unido O2 com a Liberty Global, detida pela Virgin Media, e a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelos fundos KKR, Cinven e Providence à MásMóvil são prova do “valor escondido” das operadoras de telecomunicações europeias.
O presidente executivo da Telefónica admitiu que o bloqueio da Comissão Europeia à venda da O2 à Three acabou por beneficiar o grupo, uma vez que o acordo alcançado este ano com a Liberty Global representa uma “valorização significativamente mais elevada” do que a alcançada em 2015 com a Huchinson.
Salientou ainda que tanto esta fusão da O2 como a Virgin Media no Reino Unido, como a OPA dos fundos pela MásMóvil foram “os primeiros passos de uma tendência” para desbloquear valorizações mais elevadas de empresas europeias de telecomunicações.
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